Informações oficiais sobre caso atípico de ‘vaca louca’ devem ser divulgadas até o final desta semana

Frigoríficos que atuam nas exportações optaram por suspender os embarques, diz analista

Nesta quinta-feira (02), fontes ligadas ao Ministério da Agricultura informaram ao Notícias Agrícolas que o caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (“doença da vaca louca”) ainda está sendo investigado e que até o final desta semana devem ser divulgadas informações oficiais sobre o caso.

Notícias Agrícolas procurou a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) para saber mais sobre o caso, mas a assessoria de imprensa informou que está aguardando um posicionamento oficial dos órgãos de sanidade para depois se manifestar. 

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) divulgou que está atenta ao caso e monitorando a situação da doença da “vaca louca” junto aos pecuaristas paulistas.  A entidade recomenda calma e serenidade aos criadores de gado, frigoríficos e todos os elos da cadeia da pecuária paulista enquanto as investigações ainda estão sendo feitas e ainda não há qualquer confirmação. 

O pecuarista da região de Frutal/MG, Paulo Henrique Queiroz, informou que boa parte das indústrias no estado estão fora das compras neste momento e que estão abatendo apenas os animais que já estavam negociados. “Esse problema só atinge o gado de corte para as indústrias que atuam na exportação e os frigoríficos estão seguindo a normativa do Ministério da Agricultura”, relatou. 

Segundo a analista da Agrifatto Consultoria, Lygia Pimentel, os frigoríficos que atuam nas exportações optaram por suspender os embarques até a confirmação do Ministério da Agricultura sobre o ocorrido. “As indústrias costumam enviar uma notificação para os clientes internacionais explicando sobre o caso atípico e para saber se os compradores querem manter os embarques”, informou. 

Notícias Agrícolas procurou as indústrias frigoríficas como Minerva, JBS, BRF, Frigol e a Marfrig para saber se realmente as compras estavam suspensas e se estavam reduzindo as escalas de abate. Até o fechamento desta matéria, a BRF e Minerva não responderam às nossas solicitações. 

A JBS informou que não fará comentários específicos sobre as suas escalas de abate. A companhia esclarece que não está implementando férias coletivas em suas unidades no Brasil. A Marfrig reportou que não vai se posicionar sobre o assunto e que não vai divulgar as informações sobre as operações de suas unidades. 

Já a Frigol S/A divulgou em nota que está  acompanhando com atenção os desdobramentos das investigações junto ao Mapa e à Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) e aguarda os resultados com expectativa de que cheguem a bom termo. 

Enquanto aguarda a resolução do caso, como medidas prudenciais, a Frigol suspendeu as  compras ontem e hoje, reprogramou o ritmo de abate nos próximos dias e continua a avaliar os  cenários para eventuais novas adequações. Por ora, não há decisão de férias coletivas. 

A analista da Agrifatto ainda ressalta que a notícia do caso atípico foi informada em um momento muito delicado do mercado, quando os preços da arroba estavam com pressão baixista devido ao alongamento das escalas de abate e aumento da saída de animais de confinamento. “Isso vem em um período muito ruim para o mercado físico que estava perdendo tração. Até o momento, ninguém sabe o patamar que os preços devem chegar e vamos acompanhar como o mercado vai se comportar”, pontuou Pimentel. 

De acordo com o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o caso de EEB chegou em um momento em que as exportações registraram o melhor desempenho da série histórica, na qual exportou 181,6 mil toneladas de carne in natura em agosto/21. “Tivemos o melhor resultado da história dos embarques e o faturamento chegou em US$ 1 bilhão arrecadados, mas não conseguimos comemorar diante de tantas informações”, disse ao Notícias Agrícolas. 

Fonte: noticiasagricolas