O relator da Comissão Especial de Inquérito (CEI) do ‘Covidão’ de Bastos, Kleber Lopes, afirmou em entrevista à Tribuna que já foram identificados “claros indícios de irregularidades”. Esse provável esquema de corrupção que motivou a Câmara Municipal a instaurar a CEI e também é alvo de ação civil cautelar do Ministério Público Estadual (MPE), desde outubro de 2020, teria sido operado de março a outubro do mesmo ano pela então secretária municipal de Saúde, Amanda Ramos Berti, com apoio de uma empresa terceirizada.
Os acusados teriam desviado verbas federais originariamente destinadas a cinco leitos de UTI-Covid instalados na Central de Suporte Avançado, montada pela administração Manoel Rosa. Kleber Lopes disse que não pode revelar detalhes sobre as irregularidades apuradas pela CEI porque o processo corre em segredo de Justiça.
A comissão foi instaurada dia 4 de maio deste ano com prazo de 90 dias para concluir os trabalhos, mas foi prorrogada por igual período. Até agora, realizou nove audiências, ouviu 25 servidores, médicos, entre outros, e juntou diversos documentos, demanda que está compilada em 24 volumes com mais de 5 mil páginas.
O relator antecipou à Tribuna que será necessária nova prorrogação de prazo para a coleta de mais 10 depoimentos, entre os quais o mais aguardado: o da ex-secretária, que seria a pivô do suposto esquema.
Em entrevista à Tribuna, o promotor Ronan Pedro Amorim, que conduz ação civil cautelar para investigar o caso, disse que só aguarda o laudo de uma de três perícias para concluir a fase de produção de provas.
Fonte: tribunabastos