Professora da UEL é única brasileira em comitê internacional para a COVID-19

A professora Nilza Maria Diniz, do Departamento de Biologia Geral do Centro de Ciências Biológicas (CCB), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), integra o World Emergency COVID19 Pandemic Ethics (WeCope) Committee, cuja tradução é Comitê Mundial Emergencial de Ética para a Pandemia da COVID-19. O comitê reúne pesquisadores de países de todos os continentes.A professora explica que o objetivo do comitê é realizar debates sobre a COVID-19, doença causada pelo coronavírus e produzir estudos científicos. “Tudo relacionado a questões morais na perspectiva da ética e da bioética”, afirma a professora Nilza Maria Diniz.

Ela lembra que começou a se interessar pela temática da ética e bioética, a partir do final dos anos 1990. Os estudos do WeCope consistem em relatórios, artigos e outros trabalhos científicos.O comitê reúne PHDs de todo o mundo e o grupo é considerado independente. “Não temos relação com grupos econômicos ou governos”, afirma a professora. Entre os pesquisadores, a professora da UEL é a única brasileira, entre nomes do Chile, Índia, Turquia, Canadá, Estados Unidos, Japão, Líbano, Tunísia, Tajiquistão, Tailândia, Taiwan, Bangladesh, África do Sul, Iraque, Paquistão, Coréia do Sul, Nova Zelândia, Filipinas, entre outros. A lista completa dos profissionais pode ser verificada – AQUI

A professora Nilza explica que o WeCope tem sua base em pesquisadores do Eubios Ethics Institute – vinculado à American University of Sovereign Nations (AUSN). A instituição é voltada para a oferta de mestrado e doutorado, na modalidade a distância, que aborda temas como bioética, saúde pública, paz, sustentabilidade, entre outros. Mais informações sobre a AUSN no link da universidade – AUSN. “O comitê é um grupo multiprofissional, multidisciplinar e transcultural porque envolve pessoas de diferentes áreas e culturas”, afirma a professora.Entre os tópicos em discussão, apontados por Nilza Maria Diniz, estão por exemplo o uso de máscaras como medida de prevenção.

No Brasil não é costume o uso do instrumento e isso levou a vários debates no início da pandemia no país, com sugestão para que a população não usasse a máscara, deixando-a para profissionais de saúde. Com o aumento acelerado do registro de infectados pelo coronavírus, muitos prefeitos e governadores passaram e editar decretos obrigando o uso da máscara em locais públicos. “Em outros países, esse é um recurso usado há muito tempo. Eu tenho máscaras que comprei em 2009 [países da Ásia].”Mudança – Outro tema debatido pelo comitê é a mudança de protocolos para atendimento de pessoas com sintomas da COVID-19. Em muitos locais, os pacientes com sintomas leves são orientados a voltar para casa e fazer isolamento. “Se essa pessoa fosse atendida, logo no início, as chances de ela viver são maiores se comparadas quando chega ao hospital em estado grave”. Conforme a professora, estatísticas mostram que boa parte dos pacientes admitidos no serviço de saúde – quando estão em estado grave -acaba morrendo. “São questões que passam pela abordagem ética”, afirma a professora.

Fonte: Agência UEL/Reinaldo C. Zanardi