Marília tem queda nas vistorias de imóveis e dengue beira epidemia

Com queda drástica no número de vistorias realizadas pelos agentes de saúde, Marília está próxima de ser considerada oficialmente como município em estado de epidemia de dengue.

Nos primeiros dias de abril, o número de vistorias caiu 70% na comparação com o mesmo período ano passado. Em março, a redução foi de 23%, conforme dados compilados pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen).

Enquanto isso, a Vigilância Epidemiológica aponta que a cidade registrou, até a quinta-feira (9), total de 632 casos confirmados da doença. Uma pessoa morreu, em janeiro deste ano, vítima de dengue.

Os números só não são maiores porque o Instituto Adolfo Lutz, sobrecarregado com amostras para esclarecer casos de suspeitos do novo coronavírus, é o mesmo que analisa os possíveis ocorrências de dengue. Marília já enviou ao laboratório, somente este ano, mais de 2,5 mil testes para investigação de dengue.

Epidemia

Conforme parâmetro da Organização Mundial da Saúde (OMS), a localidade passa a ter epidemia quando a proporção de vítimas da dengue atinge 300 pessoas para cada 100 mil habitantes, o que equivale, em Marília, a 695 registros positivos.

Bauru – distante 104 quilômetros – que registrou epidemia com 26.221 casos oficias no ano passado, tem em 2020 um total de 483 positivos para dengue.

No mês de abril do ano passado, nos 13 primeiros dias, os agentes de saúde do município fizeram um total de 5.944 visitas domiciliares para controle do mosquito Aedes aegpty, que causa dengue, zika e chikungunya.

Em 2020 – com a cidade em estado de emergência pelo risco de transmissão de Covid-19 – foram feitas apena 1.650 visitas com sucesso, uma redução de 70%.

Além do aumento das recusas dos moradores, os agentes também estão se ocupando em apoiar o monitoramento de pacientes com suspeita de Covid-19, além de ações de prevenção, como a Campanha de Vacinação Contra a Influenza.

Conforme noticiou o Marília Notícia, outro motivo para a redução da efetividade no controle da dengue é o grande número de afastamentos na saúde.

Parte dos funcionários que tiveram que interromper atividades têm mais de 60 anos ou doenças que os classificam como grupo de risco.

Lupércio Garrido, da Divisão de Zoonoses da Secretaria Municipal da Saúde, alerta para a dupla urgência.

“Pedimos encarecidamente à população que receba os agentes de controle de endemias e agentes comunitários de saúde. Eles estão trabalhando com EPIs, cautelosos em relação à Covid-19 e estão atentos também a essa questão do Aedes”, disse.

“Importante salientar que nestes dias, em que grande parte da população está em casa, é fundamental fazer a inspeção devida dos quintais, eliminando água parada. Devem ser observados ralos, reservatórios atrás de geladeiras, sanitários sem uso, vasilhames, tudo que possa acumular água parada”, destacou Garrido.

Fonte: marilianoticias