Mais canais de umidade irão se formar ao longo de janeiro de 2025

Corrientes, Argentina. The city of Corrientes, capital of the province of the same name, is an Argentine city, that has its grace for the beauty of the Parana River that borders cities. Coastal avenue, Avenida Costera.

Veja quais áreas brasileiras terão chuvas mais fortes ou irregulares ao longo do mês e como fica a temperatura para todo o país

De acordo com o meteorologista Vinícius Lucyrio, responsável pela análise climática de Janeiro de 2025, o mês começa com destaques importantes. Veja abaixo um resumo com a tendência:

Viés de La Niña continua

O limiar do fenômeno La Niña foi atingido nas últimas duas semanas, com anomalia de -1,1°C no Niño 3.4 em 30/12/2024. A circulação atmosférica já responde em parte a um LN desde outubro, já que o resfriamento vem ocorrendo há alguns meses. Relativo à região tropical e às outras bacias oceânicas, o desvio da TSM é maior, analisa Lucyrio.

A chance de LN segue superior à de neutralidade até FMA, o que indica decaimento das anomalias negativas no decorrer do verão.

Atlântico Tropical Norte segue mais quente que o Tropical Sul

O oceano Atlântico Tropical Norte deve seguir mais quente que o Tropical Sul o que mantém a ZCIT preferencialmente mais afastada. Ainda assim, há anomalias positivas de TSM ao longo da costa norte, o que favorece instabilidades tropicais (isoladas ou em linha).

Nevoeiros costeiros

A Costa do Sul e Sudeste esfriou um pouco, o que favorece mais nevoeiros costeiros, entrada precoce de vento marítimo à tarde em mais dias e mantém as instabilidades mais interiorizadas. Já, o  Atlântico Sudoeste segue quente na altura do Uruguai e Argentina, em alto mar, sugerindo possibilidade de intensificação maior de sistemas transientes que passarem por essa região (ciclones e frentes), prevê Lucyrio.

Outro destaque importante nesta análise são os canais de umidade que se formam ao longo de janeiro entre o sul da região Norte e o Sudeste.

“Anomalias positivas de precipitação entre o leste do MT, TO, GO, DF, oeste da BA, MG e ES sugere um posicionamento preferencial dos corredores mais ao norte, com menores períodos deles posicionados sobre SP e RJ. Alguns destes corredores podem vir a formar ZCAS”, enfatiza o meteorologista.

No leste do país (MG, RJ, ES, BA), alternam períodos de veranico com períodos de umidade excessiva, que pode acarretar em transtornos com risco hidrológico e geológico aumentados, alerta Lucyrio.

Centro-Sul do país com chuvas mais irregulares

Efeito típico de LN durante o verão. RS terá chuvas mais eventuais, mas ainda com instabilidades pontuais associadas ao calor que será intenso em vários períodos. Em SC e PR, as pancadas de chuva são mais frequentes, mas espacialmente irregulares e mais isoladas. Litoral do PR e SC ficam tempo expostos a umidade marítima, com períodos mais longos de céu encoberto e chuvas mais persistentes (não necessariamente fortes, mas atenção ao risco de volumes elevados). No mapa abaixo observe, anomalias negativas, por isso mas atenção a estes detalhes.

Interior de SP com mais chuva que janeiro de 2024

Vinícius Lucyrio, analisou que haverá maior frequência e maiores volumes, mas com algumas curtas pausas durante ingresso de ar mais seco no interior paulista. Regiões de Ribeirão PretoFranca e Campinas (divisa com o sul de MG) terão muita chuva. Oeste de SP fica mais sujeito a períodos de calor intenso. Litoral de SP sob risco de chuvas volumosas durante a passagem de frentes e após, mas não tão frequentes na forma de pancadas. SP capital com chuvas de verão bem frequentes, e estas mesmas pausas que ocorrem no interior – mas em geral, nestas pausas, o céu fica mais encoberto e a chuva ocorre de forma mais leve, além de ficar mais ameno.

No Rio de Janeiro, pancadas de chuva frequentes e risco de temporais no interior; no noroeste fluminense, maior risco de chuvas volumosas por conta dos corredores de umidade. No litoral e na capital, pancadas mais eventuais, mas que podem ser bem intensas, e risco para chuvas volumosas durante a passagem de frentes.

Centro-Oeste

MS com chuvas mais irregulares, mas mais frequentes e volumosas que em janeiro de 2024. No leste do estado, volumes um pouco acima da média, e no centro-oeste tende a ficar um pouco abaixo.

MT com bastante chuva no centro e leste do estado, regiões onde as invernadas são mais prováveis e mais corredores de umidade atuam. No noroeste e sudoeste (próximo ao Pantanal), chuvas mais pontuais e condicionadas ao calor e alta umidade, ainda assim frequentes e volumosas.

GO e DF com um janeiro bem típico: chuvas quase diárias, volumosas, e muita nebulosidade com tempo abafado. Goiânia e Brasília com volumes acima da média.

Nordeste

Chuva aumenta no centro-oeste da BA, com volumes acima do normal no sudoeste, que fica mais sujeito a atuação de corredores de umidade. Pausas ocorrem ao longo do mês na BA, e períodos de calor intenso são esperados.

Na costa norte, chuva aumenta gradualmente entre o MA e o CE, com a aproximação bem gradual da ZCIT e atuação de instabilidades tropicais potencializadas pelo oceano mais aquecido. Norte do MA sinaliza volumes abaixo da média.

Faixa leste do Nordeste com chuvas mais eventuais e passageiras, porém o Recôncavo Baiano tem um risco maior para ocorrência de temporais. Calor aumenta desde a BA até a PB.

MATOPIBA com regularização gradual da chuva. No TO, ela ocorre de forma mais volumosa e frequente. No PI e MA, vão ficando mais frequentes conforme o mês avança.

Norte

No AM, chuva mais volumosa no oeste do estado, mas todas as outras regiões recebem mais chuva que em janeiro de 2024, mesmo com viés negativo. AC e RO praticamente sem desvios, em torno da média.

PA com mais chuva no sudeste do estado, quase diária e por vezes mais persistente na atuação de canais de umidade. No noroeste paraense, anomalias negativas. No litoral do PA e região de Belém, sinal negativo Atenção para o ZCIT descendo e instabilidades tropicais podem fazer esta tendência não se confirmar.

Sul

Anomalias positivas de temperatura no centro-norte da Argentina sugerem atuação frequente e por vezes persistente de ar quente e seco na região do Chaco. Ondas de calor podem acontecer entre o RS, meio-oeste de SC, interior do PR e sudoeste do MS, e eventualmente no oeste de SP. Leste de SC e PR, além do litoral de SP, com maiores períodos amenos por conta da nebulosidade.

Temperaturas pelo Brasil 

Temperaturas entre a média e um pouco abaixo entre o leste do MT, GO, DF, sul do TO, MG e SP por conta dos corredores de umidade e da chuva frequente.

Demais áreas do país com temperaturas um pouco acima do normal, umidade elevada e tempo bem abafado.

Fonte: por Angela Ruiz / climatempo