Após três semanas na laranja, região de Marília volta para fase vermelha

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta sexta-feira (26) a volta da região de Marília para a fase vermelha do Plano São Paulo, a mais restritiva, em que só pode funcionar os serviços considerados essenciais pelo Estado. A medida passa a valer na próxima segunda-feira (1º).

A ocupação regional de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), exclusivos para pacientes com Covid-19, voltou a aumentar recentemente, após ter registrado alívio momentâneo.

“Vemos a região de Marília e a região de Ribeirão Preto chegando a uma taxa de ocupação de leitos de cerca de 80% em ambos os casos. Com isso, ambas as regiões estão passando para a fase vermelha do Plano São Paulo”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado, Patrícia Ellen.

Vale ressaltar que nesse período o governo paulista anunciou a abertura de novos leitos, mas nem todas as novas vagas prometidas entraram, de fato, em funcionamento.

Além de Marília e Ribeirão Preto, permanecem na fase vermelha as regiões de Araraquara, Barretos, Bauru e Presidente Prudente.

Campinas, Grande São Paulo, Registro e Sorocaba regrediram para a fase laranja, que também abrange Franca, São José do Rio Preto, São João da Boa Vista e Taubaté.

Houve melhora na região de Piracicaba, que avançou para a fase amarela, onde permanecem Araçatuba e Baixada Santista.

“Quero transmitir a minha solidariedade, como ser humano, como pai de família, a tantos que perderam seus parentes, seus amigos, seus colegas. Perdemos 251 mil vidas até a noite de ontem, das quais 59.129 em São Paulo. É a maior tragédia da história do país”, disse Doria.

Ainda segundo o governador, “a segunda onda está sendo potencialmente mais trágica que a primeira”.

“Isso é um fato triste. Por isso, peço que todos que estão nos acompanhando em São Paulo sigam o toque de restrição e as orientações do Plano São Paulo. Não é razoável, nem há compreensão para aqueles que negam a gravidade da atual situação”, completou Doria.

Restrições

Na etapa de restrição máxima, só há funcionamento normal de farmácias, mercados, padarias, lojas de conveniência, bancas de jornal, postos de combustíveis, lavanderias e hotelaria. Já os comércios e serviços não essenciais só podem atender em esquema de retirada na porta, drive-thru e entregas por telefone ou aplicativos.

Municípios em áreas de fase amarela podem permitir 40% de ocupação em academias, salões de beleza, restaurantes, cinemas, teatros, shoppings, concessionárias, escritórios e parques estaduais, com expediente de até dez horas diárias para restaurantes e 12 horas para as demais. O atendimento presencial deve ser encerrado às 22h em todos os setores. Nos bares, as portas fecham mais cedo, às 20h. Eventos que geram aglomeração, como festas, baladas e shows continuam proibidos.

Na etapa laranja, o funcionamento dos serviços não essenciais é limitado a até oito horas diárias, com atendimento presencial máximo de 40% da capacidade e encerramento às 20h. O consumo local em bares está totalmente proibido. Mais de 70% da população do Estado está na fase laranja.

Desde a última reclassificação, no dia 19, na fase amarela a venda de bebidas alcoólicas em lojas de conveniência e restaurantes passa a ser permitida por mais duas horas, das 6h às 22h. Nas etapas laranja e vermelha, permanece o limite entre 6h e 20h. Somente a partir da fase verde, a mais branda, é que essa comercialização poderá voltar a ser feita sem as restrições atuais.

“Todos os protocolos sanitários e de segurança para os setores econômicos devem ser cumpridos com rigor. Prefeituras que se recusam a seguir as normas estabelecidas pelo Governo do Estado ficam sujeitas a sanções judiciais”, diz comunicado do governo paulista.

Dados da pandemia

Com os dados epidemiológicos semanais divulgados nesta sexta-feira, a média estadual passou de 287,9 para 279 novos casos por 100 mil habitantes.

A taxa de novas internações aumentou de 46,3 para 50,4 a cada 100 mil habitantes, e as novas mortes tiveram ligeira queda, de 7,3 para 7 por 100 mil habitantes.

A média estadual de ocupação de leitos de UTI por pacientes graves de Covid-19 aumentou de 66,7% para 70,4%, com 20,5 vagas a cada 100 mil habitantes.