Ao todo, 154 policiais civis, em 41 viaturas, participaram da ação
A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira (8) a operação “Voo de Ícaro”, a qual tem o objetivo de identificar organização criminosa que utilizava drones para lançamentos de objetos ilícitos em penitenciárias do Estado, inclusive na região.
Ao todo, 154 policiais civis, em 41 viaturas, participaram da ação que resultou em 21 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão, onde “foi apreendido farto material probatório, além do bloqueio e sequestro de várias contas bancárias utilizadas por membros da organização criminosa”.
No Oeste Paulista, os mandados foram cumpridos nas penitenciárias de Martinópolis e Pacaembu. Conforme o organograma da Polícia Civil, a ação também foi realizada em unidades prisionais de Lavínia, Marília, São Paulo, Guarulhos, Franco da Rocha e Potim.
Dos 21 mandados de prisão, nove foram realizados em estabelecimentos prisionais, com a realização de buscas administrativas no interior das celas dos detentos. A ação contou com o apoio do Grupo de Intervenção Rápida da Administração Penitenciária (GIR).
Investigação
De acordo com informações da Polícia Civil, durante a investigação apurou-se que aparelhos celulares que ingressavam em unidades prisionais, garantiam a comunicação da liderança da “Orcrim” que comandava ações gerais contra o Estado.
Os drones eram monitorados externamente, a partir de “acesso remoto”, com a ajuda de presos que direcionavam o controlador para a liberação de materiais, arremessado no pátio de banho de sol, com hora marcada. Em alguns casos, o drone era direcionado até próximo do solo, onde um preso liberava a carga.
Cada drone utilizado possui valor aproximado de R$ 16 mil e chegava a transportar até 1 kg de materiais entre droga, chips, celulares, cartas, entre outros.
As entregas tinham um custo aproximado de R$40 mil aos envolvidos e eram acompanhadas pela câmera de vídeo do aparelho, o que facilitava a visualização do ponto de descarga.
A investigação comprovou que a esposa de um detento, presa nesta quarta-fera, também liderava o recebimento e as movimentações financeiras de maiores valores e trabalhava em uma cantina de uma escola/cursinho particular em zona nobre da cidade de São Paulo.
Conforme as investigações, os identificados pretendiam fundar sua própria “sintonia” e era o maior responsável pela operacionalização da comunicação dos presos da organização criminosa.
“Voo de Ícaro”
Apurou-se durante as investigações, que criminosos se utilizam da pesquisa em aplicativo de geolocalização, para acesso visual aéreo da unidade prisional e ao redor, por meio do “street view”. Desta forma, “será representando, junto ao Poder Judiciário, para que seja expedido um mandado judicial para “desfocar” as respectivas áreas de segurança”, informou a corporação.
A operação “Voo de Ícaro”, além de identificar nova forma de introdução de objetos em unidades prisionais, tem por objetivo chamar a atenção para adoção de meios que impeçam a utilização da frequência em rádio comunicador junto aos drones, nas proximidades das unidades prisionais, assim como já ocorre em aeroportos. Além disso, reforça a necessidade de normatização das apreensões de drones que não sejam registrados junto à ANAC, estabelecendo regras, inclusive, para o aproveitamento de forças policiais.