Vírus mais agressivo da dengue passou a ser mais frequente, mostram dados do Ministério da Saúde

Desde 2009, o sorotipo 1 costumava ser o mais comum no território. Agora, informações preliminares apontam que o tipo 2 responde por 54,3% das infecções.

O virus tido como mais agressivo da dengue, o sorotipo 2, está circulando com mais frequência no país e dados até agora indicam que ele ultrapassou o sorotipo 1, que era mais comum e considerado menos agressivo.

Desde 2009, o sorotipo 1 é o que mais circula no Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde, dados apontam que o sorotipo 2 respondeu a 54,3% das infecções em 2017; contra 40,1% dos contágios com o sorotipo 1.

“Os resultados das amostras conclusivas mostram uma predominância do DENV2 sobre os outros sorotipos, especialmente o DENV1, que foi dominante desde 2009” , afirmou o ministério, no boletim epidemiológico.

O sorotipo 2

Historicamente, a chegada do sorotipo 2 tem sido associado a mais casos de dengue hemorrágica.

Em estudo publicado na revista do Instituto de Estudos Avançados da USP em 2008, pesquisadores citam que a entrada do DENV-2 no inicío dos anos 1990 trouxe os primeiros diagnósticos da febre hemorrágica.

Gravidade dos sorotipos

Segundo a pasta, os quatro sorotipos da dengue (1,2,3 e 4) estão circulando no país e todos podem provocar formas brandas e graves da doença.

A questão com os sorotipos 2 e 3, no entanto, é que eles costumam ser mais agressivos e foram associados ao aumento no número de casos de dengues graves — como a hemorrágica.

Fonte:Por Monique Oliveira, G1 – 26/02/2018 16h34

Estado de São Paulo

Análises laboratoriais do Instituto Adolfo Lutz confirmaram a circulação do vírus de sorotipo 2 da dengue em 19 cidades das regiões Norte e Noroeste do Estado de São Paulo. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado, esse vírus tende a provocar casos clinicamente mais graves da doença em pacientes anteriormente infectados com outros sorotipos. As duas regiões concentram 60% dos casos já registrados no Estado, o que levou a secretaria a realizar videoconferência, no último dia 17, alertando as prefeituras sobre estratégias de combate ao “Aedes aegypti” e medidas de atendimento aos infectados.

De acordo com o coordenador de Controle de Doenças da pasta, Marcos Boulos, o Estado já vive uma epidemia de dengue, que não é tão grande quanto a de 2015, mas tem como agravante o sorotipo 2 do vírus. “Há três anos tivemos uma epidemia com prevalência do tipo 1. Quando aparece um novo sorotipo do vírus, a tendência é de que seja potencialmente mais grave. Já recebemos pedidos de ajuda de médicos da região de Araçatuba, pois estão acontecendo casos graves de dengue lá. Estamos orientando os médicos que receberem casos a atentarem para a possível gravidade e tomarem as medidas necessárias.”

Histórico de Tupã

Distribuição dos casos de dengue clássico no período de 1994 a 2012 em Tupã-SP, trabalhos realizados conforme o Plano Nacional de Combate a Dengue (PNCD):

ANO CASOS SOROTIPO ISOLADO REGIÃO
1994 11
1995 122 DEN-1 Centro/Norte
1996
1997 3
1998 9
1999 5
2000 3
2001 30
2002 169 DEN-2 e DEN-1 Leste
2003 22
2004
2005 6
2006 344 DEN-3 Leste/Oeste
2007 835 DEN-3 Leste
2008 7
2009 18
2010 1.325 DEN-1 e DEN-3 Todas as regiões
2011 161 DEN-1 Sul/Leste
2012 5
TOTAL 3.075

Distribuição dos casos de dengue clássico no período de 2013 a 2016 em Tupã-SP, trabalhos realizados em desconformidade ao Plano Nacional de Combate a Dengue (PNCD):

ANO CASOS SOROTIPO ISOLADO REGIÃO
2013 2.448 DEN-1 e DEN-4 Todas as regiões
2014 825 Todas as regiões
2015 2.401 DEN-1 Todas as regiões
2016 104
TOTAL 5.778

 

O vírus DEN2 nunca produziu uma epidemia no município de Tupã, mas devido as transmissões nas regiões Norte e Noroeste do estado já com óbitos de dengue hemorrágica confirmados devem deixar as autoridades de saúde da cidade em alerta máximo. Ainda mais devido a grande infestação do “Aedes Aegypti” que está muito alta.

A equipe de Endemia trabalha num caso positivo confirmado no Distrito de Parnaso.