Sindicato pede que sejam suspensas as visitas presenciais do próximo final de semana.
Uma publicação com data desta quinta-feira (13) no site do Sindicado dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (SIFUSPESP), a instituição informa a ocorrência de 43 casos de Covid-19 identificados em um grupo de 76 detentos que foram testados nesta terça-feira (11) e quarta-feira (12). O Sindicato define a situação como surto. De acordo com a publicação, os 43 detentos positivados para a Covid-19 foram isolados.
Diante desse quadro de preocupação, a diretoria do sindicato solicitou à Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado (Croeste) a suspensão das visitas presenciais do próximo final de semana, a exemplo do que foi feito em pavilhões outras unidades prisionais que haviam apresentado muitos casos de sintomas gripais entre os presos. Também foi pedido o adiamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcada inicialmente para domingo (16).
Conforme o SIFUSPESP, atualmente a Penitenciária de Osvaldo Cruz tem uma população carcerária de 1.018 detentos, para uma capacidade de 844. Desse total, 140 haviam deixado a unidade para a saída temporária prevista em lei, entre 23 de dezembro de 2021 e 3 de janeiro de 2022, e 139 retornaram.
O órgão sindicato sinaliza que o contato entre os presos e outras pessoas na saidinha pode ter relação com os contágios, apesar de não haver informações sobre quantos dos que saíram estão contaminados”.
Preocupação
O surto de coronavírus preocupa a diretoria do SIFUSPESP no momento em que a doença volta a ameaçar o Brasil em virtude do surgimento da variante Ômicron, considerada pelos infectologistas potencialmente mais contagiosa que as anteriores.
Por outro lado, segundo o Sindicato, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) não tem exigido das famílias dos detentos os comprovantes da vacinação que previne o contágio pela Covid-19, feita a exceção aos idosos acima de 60 anos.
Para o SIFUSPESP, o bloqueio do acesso dos não vacinados às unidades é necessário porque ajuda a evitar a proliferação do vírus, além de ser coerente com a ameaça de punição feita pelo governo do Estado aos servidores que não tomaram as duas doses do imunizante.
O sindicato orienta todos os trabalhadores do sistema prisional a se vacinarem em dia, inclusive com a dose de reforço, e a continuarem a cumprir os protocolos sanitários de prevenção, entre eles o uso de máscara de proteção, de álcool gel e o distanciamento social.
Qualquer eventual surto detectado pelos servidores em outra unidade deverá ser comunicado imediatamente ao sindicato.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, o coronavírus matou 125 trabalhadores do sistema prisional paulista.