O prefeito Daniel Alonso (PSDB) prestou depoimento na manhã desta sexta-feira (21) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as despesas do Executivo no enfrentamento da Covid-19 em Marília.
Em sua primeira fala, Daniel agradeceu a declaração dos vereadores sobre o objetivo da apuração tocada por eles, para “levar informações verdadeiras para a população de Marília” e que não se trataria de “uma CPI política”.
Em seguida, o chefe do Executivo condenou a disseminação de informações falsas e distorcidas, como voltou a fazer em diversos momentos de seu depoimento, e se irritou ao ser questionado a respeito de dados que já são públicos e estão no Portal da Transparência.
“Nós sabemos que existe aqui uma grande parte da imprensa, como também representantes da população de Marília, que querem essa verdade, e existem aqueles que estão aqui no nosso meio que querem fazer desta pandemia uma oportunidade para fazer politicagem”, afirmou o prefeito.
Sempre que questionado sobre possíveis irregularidades envolvendo o poder público, seja com despesas para combate da pandemia, realização de licitações, investimentos, compra de insumos, ou casos de fila furada para vacinação, Daniel alegou desconhecimento e prometeu apurações caso existam indícios concretos.
Em vários momentos Daniel disse estar sendo alvo de uma crucificação e comparou seu martírio com a via crucis enfrentada por Jesus, segundo os ensinamentos bíblicos.
Ele também destacou não ter o controle absoluto de cada detalhe em sua gestão, o que seria “humanamente impossível”, e exaltou promover uma administração descentralizada, em que o secretariado tem autonomia.
Confrontado sobre os recursos recebidos pela Prefeitura do Estado e União, Daniel criticou a forma de repasses, indicando que Marília teria recebido cerca de R$ 40 milhões contra a Covid-19 em 2020 e a região toda cerca de R$ 200 milhões.
Para o prefeito, essa partilha baseada em número de habitantes de cada município é injusta, já que cidades sede de regionais, como Marília, acabam sendo referência médica e atraindo pacientes de outras localidades.
O tucano também repetiu algumas vezes que todos os leitos para Covid-19 foram abertos exclusivamente após a pandemia por meio de um esforço coletivo, mas que não existem hospitais municipais – e sim instituições que mantém convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) ou são totalmente públicas, mas de gestão estadual.
Entre os muitos questionamentos enfrentados, Daniel explicou a troca de secretários da Saúde ainda no começo da crise. O antigo ocupante do posto, Ricardo Sevilha Mustafá, teria pedido exoneração para disputar uma vaga na Câmara, mas acabou desistindo deste objetivo.
A opção por Cássio Luiz Pinto Junior, que assumiu a vaga, mesmo sem ser da área da saúde, de acordo com o membro do PSDB, foi devido à vasta experiência com a gestão municipal e conhecimento da máquina pública.
Cassinho, como é chamado, ocupava a secretaria de Administração, depois de ter passado pela pasta de Desenvolvimento Econômico e Turismo, inclusive em gestões anteriores, até chegar à Saúde.
Fonte: marilianoticia