Pressão faz HC de Marília extrapolar capacidade em UTI

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HC/Famema) ainda não ampliou o número de leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). São 40 vagas, mas o número de internados oscilou entre 45 e 47, entre o domingo (18) e esta segunda-feira (19). Ou seja, pressionada com os casos graves da Covid-19, a instituição extrapolou a capacidade atual em até 17%.

Ao Marília Notícia, o HC/Famema informou que não tem previsão para a instalação, de forma oficial, dos 50 leitos pretendidos. Com as filas para internação, porém, a espera de pacientes em área de isolamento por vaga – que já era realidade na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte e no Pronto Atendimento (PA) Sul – agora também acontece no hospital.

A rápida saturação dos sistemas público e privado de saúde na região decorre da alta propagação do vírus. Na semana passada, conforme mostrou o MN, a taxa de infecção ficou em 1,24. Na prática, a cada quatro pessoas com o vírus, outras cinco eram contaminadas.

Entre os dias 12 e 19 de abril – intervalo de uma semana – a cidade registrou 1.011 novos casos. Parte destas pessoas já necessitou ou ainda necessitará de internação. Pela taxa de letalidade da doença em 2021, até 25 podem morrer (0,025% dos positivos), como consequência de uma única semana de pandemia na cidade.

Em nota, o hospital informou que “na data de 17/04 chegou a ter internados 47 pacientes de UTI Covid, mesmo contando com apenas 40 leitos nessa ala. Dois pacientes ficaram internados no isolamento da sala de emergência e outros cinco em leitos de enfermaria, todos sendo atendidos como se estivessem em leitos de UTI.”

APELO

Nos últimos dias, aumentou nas redes sociais as postagens com apelo por leito em terapia intensiva, para familiares.

Com o arrefecimento da pandemia em outras regiões de São Paulo (taxa estadual de ocupação de leitos em 83%), aumenta o número de pessoas que buscam vagas na rede privada, em outros locais.

Esse tipo de medida, em geral, acarreta elevadas despesas, o que também tem feito muitas famílias pedirem ajuda para custeio de tratamento.