Não há vagas nas alas públicas, nem nas particulares. Dos óbitos desta semana em Marília, sete pessoas morreram sem conseguir internação
A região de Marília tem pelo menos 150 pacientes de Covid-19 aguardando leitos hospitalares. Não há vagas para internação nem nas alas públicas, nem nas particulares. “E não adianta mandato judicial porque os médicos perguntarão ao juiz que paciente ele quer que tiremos do tubo”, desabafou o diretor geral da Famema e vice-diretor clínico da Santa Casa, Valdeir Fagundes de Queiroz.
Nesta semana, Valdeir Queiroz recebeu a contagem da Saúde de mais de cem pacientes precisando de internação, além de outros 50 com necessidade urgente de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ele contou que tem recebido telefonemas de pessoas desesperadas por leito, mas afirmou que não há o que fazer neste momento.
Os hospitais estão lotados e com demanda reprimida (pacientes aguardando vaga com risco de agravo e óbito por falta de internação). E a situação é igualmente caótica para usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) e pacientes particulares.
Mesmo com ampliação de leitos, todos estão ocupados. Os que vagam por melhora ou morte já tem o próximo ocupante da lista de espera. Na quinta-feira (25) os 76 leitos de UTI Covid em Marília e os 32 de UTI Particular estavam com pacientes.
Na Enfermaria, havia nove vagas nas alas SUS e cinco nas alas privadas, marcando apenas o fluxo de internações, até que os novos pacientes os ocupem, saídos da UTI ou que deram entrada na internação.
Semana já teve 7 mortes de pacientes sem leito de hospital
Diante dessa realidade, os dois Prontos Atendimentos da cidade se reinventam para internações, dando suporte aos hospitais. Nesta semana já foram registradas sete mortes de pacientes na UPA (zona norte) e no PA Sul, que não conseguiram leitos. Além disso, um idoso morreu em casa, sem informação se aguardava uma vaga de internação pública ou privada.
Médico alerta para urgência em seguir às normas de prevenção à Covid
“O Governo não pode se responsabilizar se nós não fizermos nossa parte, não devemos entrar nas disputas. As mortes por Covid são muitas e isso é fato inquestionável que deve bastar para que as pessoas fiquem em casa. Todo mundo já tem pessoa próximas ou conhecidas que morreram pelo Coronavírus”.
O médico, diretor geral da Faculdade de Medicina de Marília e vice-diretor clínico da Santa Casa pediu para que as pessoas cumpram o isolamento social, o uso de máscara e de álcool em gel. “As saídas têm que ser o estritamente necessário porque as pessoas estão morrendo demais, e são pacientes sem perfil para o risco de óbito e, mesmo assim, estão morrendo”.
Fonte: jornaldamanhamarilia/ Por Ana Carolina Godoy