Marília entrou em epidemia de dengue. A Prefeitura tem transmitido os boletins semanalmente e alertado sobre a alta dos casos que, agora, pelos cálculos da OMS, atingiram o nível epidêmico. Quase 200 pessoas receberam o diagnóstico de dengue na última semana. Com isso, o total de pacientes saltou de 528 para 718 em 2021.
A Organização Mundial da Saúde considera epidemia quando um município atinge 300 casos para cada cem mil habitantes. Até a semana passada Marília estava em risco, mas com as últimas confirmações da doença, a cidade já está dentro desse quadro.
Segundo o último censo, de 2010, Marília tem 216.745 habitantes, com estimativa populacional (IBGE) de 240.590 para 2020. Entre o cálculo e o estimado, a cidade atingiria uma epidemia quando passasse de 650 casos.
As ações em campo continuam, com orientação e busca de criadouros ou de risco de criadouros do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, que se reproduz em água parada, além da pulverização de veneno. São 200 profissionais envolvidos no combate à dengue.
A semana de trabalho começou com nebulização no bairro Santa Antonieta.Essa aplicação de inseticida, através de empresa terceirizada, é feita pela Secretaria Municipal da Saúde nos bairros onde há casos confirmados de dengue. O objetivo é eliminar mosquitos adultos contaminados em caráter emergencial.
A medida faz parte do enfrentamento à dengue, mas não substitui a prevenção, já que o Aedes aegypti se prolifera em questão de dias, bastando um mínimo recipiente, desnível ou lixo com água parada.
A servidora aposentada Zenaide dos Santos recebeu a visita técnica para nebulização na última segunda-feira (22). Ela mora na rua João Dal Ponte, no Santa Antonieta, e elogiou os vizinhos. “Na nossa rua todos se ajudam, todos são responsáveis. Só na rua de trás há uma moradora que não permite a entrada dos agentes, o que é muito prejudicial a todos”.
A vizinha de Zenaide, Eva Balbo, salientou que vistoria sua casa toda e o quintal rotineiramente. “Como dona de casa tenho o prazer e a responsabilidade de cuidar do meu espaço, o que é bom para mim e para os que moram em volta”.
A dengue está espalhada, com destaque para a concentração de casos na Vila Barros, Vila Nova e Palmital, onde o trabalho de nebulização será intensificado na próxima semana. E além dos casos confirmados, a Saúde afirmou que há casos suspeitos em praticamente todos os bairros de Marília.
Varredura na cidade toda
“O momento é muito complicado porque soma todas as necessidades do controle da dengue com a realidade da pandemia de Covid, mas temos tomado os cuidados em relação à Covid. A ordem é não deixar espaço para o mosquito transmissor, com varredura por toda cidade, vistoriando o maior número possível de casas no menor tempo”, disse o veterinário da Divisão Municipal de Zoonoses, Lupércio Garrido.
O Município ainda terá o apoio da Sucen. Só que o veterinário alertou para o encontro constante de focos de Aedes, inclusive em imóveis já visitados recentemente e também para a importância de permitir a entrada dos agentes. O poder público precisa da população para que o enfrentamento à dengue funcione.
Fonte: jornaldamanhamarilia/ por Ana Carolina Godoy