Assembleia com profissionais da rede municipal de ensino de Marília, realizada nesta quinta-feira (5) por teleconferência, decidiu por uma greve da categoria a partir da semana que vem. A paralisação foi anunciada para começar na próxima segunda-feira (8).
A reunião dos trabalhadores da Secretaria da Educação foi realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Marília (Sindimmar).
O objetivo da greve, segundo nota oficial, é “pela preservação da vida de todos os trabalhadores e da população”.
Sindicato e trabalhadores questionam “o fato de todo o Estado estar na fase vermelha do Plano São Paulo, com vários órgãos restringindo atendimento, enquanto o plano de retomada do ensino de Marília foi mantido”.
Na verdade, as aulas presenciais estão mantidas em todo o Estado. A mobilização pela paralisação ocorre desde o dia 1º de março, que era a data inicial de retorno das aulas presenciais.
Professores
Uma professora ouvida pela reportagem, que pediu para não ser identificada, disse que na escola em que ela trabalha estão matriculados cerca de 600 alunos, mas estão sendo recebidos apenas 40 crianças.
“Será que vale a pena manter uma escola deste tamanho para receber apenas 40 alunos? E destes alunos, a maioria, para não dizer todos, não consegue parar com a máscara no rosto. Até para a gente é difícil, imagina para as crianças”, comentou.
“É um absurdo pedir para a gente voltar”, completou. “Os professores trabalham dobrado. Temos que ficar o tempo todo na plataforma atendendo pais com dúvida, dando atividade, atendendo os alunos presenciais. Já tem professor que não está indo, já paralisou”.
Outra professora questionou: “se até o Tribunal de Justiça está restringindo o atendimento devido às restrições da fase vermelha, como é que vamos voltar às salas de aula, com risco de contágio?”
Sindicato
O presidente do Sindimmar, José Paulino, ressaltou que a mobilização foi marcada por meio de lives e outros encontros virtuais, de esclarecimento e orientação, sendo que a conclusão foi de que “é um risco voltar às aulas presenciais”.
“Não podemos aceitar esse plano que foi definido ainda quando estávamos na fase amarela, que já era arriscado”, ponderou Paulino.
A greve, de acordo com ele, tem o objetivo de sensibilizar a administração municipal no sentido de providenciar a vacinação dos servidores da educação, providenciar condições seguras para a volta das atividades presenciais e garantir o direito à vida de todos os funcionários e da população.
A mobilização segue no sábado (6), com entrega de materiais no sistema drive-thru e realização de encontro via Google Meet com representante do departamento jurídico do Sindimmar. Serão feitos esclarecimentos sobre o direito de greve e outras iniciativas.
“Esperamos contar com a compreensão dos pais e mães dos alunos, uma vez que estamos lutando pela preservação da saúde e da vida de todos”, finalizou Paulino.
Fonte: marilianoticias