Marília: Avanço da Covid faz Prefeitura abrir unidades exclusivas para doença

O agravamento da pandemia de Covid-19, que tem gerado aumento na procura pela rede básica de saúde, levou a Prefeitura de Marília a anunciar abertura de quatro unidades de referência entre os dias 26 e 31 de dezembro. Nas datas, o serviço público estará em ponto facultativo. Apenas atividades econômicas essenciais têm autorização para funcionar.

A medida foi uma das ações anunciadas na coletiva desta terça-feira (22), após reunião do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus na cidade.

Quem tiver sintomas da doença pode procurar, das 08h às 17h, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) Nova Marília, JK e Cascata. Também estará aberta para sintomáticos respiratórios a Unidade Saúde da Família (USF) Argollo Ferrão.

A supervisora da Vigilância Epidemiológica de Marília, Alessandra Arrigoni, afirmou que tem sido observada procura tardia do serviço de saúde. Ela orientou que as pessoas recorram ao atendimento já nos primeiros sintomas.

O manejo clínico – aplicação dos protocolos pelos profissionais de saúde – tem mantido o número de mortes relativamente baixo na cidade, na comparação com outros municípios.

Marília tem letalidade de 1,33%. O indicador é obtido com base no total de pessoas acometidas pela doença, dividido pelo número de óbitos.

Porém, segundo a supervisora, a análise epidemiológica aponta que muitos pacientes tem sido internados já com quadro mais grave. “Mesmo se forem sintomas leves, no início do possível quadro de Covid, não demore a procurar a unidade de saúde. Não fiquem em casa, busquem o atendimento”, alertou.

Feriado ‘vermelho’

O secretário municipal da Saúde, Cássio Luiz Pinto, anunciou que o comitê, por votação da maioria, decidiu que  o município vai acatar a revisão do Plano São Paulo, que estabeleceu restrições da fase vermelha para os dias 25, 26 e 27 de dezembro, bem como 01, 02 e 03 de janeiro.

Nesse período apenas atividades essenciais como supermercados, farmácias, postos de combustíveis, padarias, mercearias – e outros especificados em legislação – irão abrir as portas ao público.

Em relação às igrejas, Lei Federal que classifica as atividades religiosas como essenciais segue em vigor, o que permite a abertura dos templos, com 40% da capacidade de público e respeitando os protocolos sanitários.

O secretário municipal da Saúde voltou a comparar indicadores de Marília e outras cidades. Proporcionalmente, a letalidade da doença é uma das menores do Estado. São 7.189 casos e 96 mortes.

Em condição mais adversa estão cidades como Presidente Prudente (9.212 casos e 182 óbitos), Araçatuba (9.234/200), Bauru (19.952/288), Piracicaba (20.958/407) e São José do Rio Preto (33112/884).

No encerramento da coletiva, Cássio lembrou que a transmissão é comunitária, ou seja, não é mais possível identificar a fonte da contaminação, na maioria dos casos.

“Muitas pessoas são assintomáticas e podem transmitir a doença para outras, mais vulneráveis. Isso provoca mortes e sofrimento. Todos vamos sofrer as consequências”, advertiu o secretário.

Fonte: marilianoticias