Dengue: Tupã caminha a passos largos para uma Epidemia sem precedentes

O tiro no pé: a inércia da municipalidade

Confirmados mais casos positivos de dengue, autóctones, no município de Tupã. segundo informações a cidade hoje está com 28 casos confirmados. Os números ainda estão desencontrados. Mas, a cidade já vive uma pré-epidemia da doença.

Uma histórica infestação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença; muitos funcionários que não atuam efetivamente no campo; 14 micro-áreas da ESF (estratégia saúde da família) descobertas sem agente comunitário de saúde. Além de um comando mais comprometido aparentemente com interesses de funcionários, ao invés de exclusivamente com a população Tupãense.

Em um mês os casos confirmados já demostram o que vem por ai, nos quatro cantos da cidade já há casos confirmados. Além de vários suspeitos que surgem a cada dia.

A Legislação

A Constituição Federal preconiza que:

Art. 196. “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”.

As ações de combate à dengue estão previstas no Plano Nacional de Combate à Dengue (PNCD ), o qual é pactuado entre os gestores municipais, estaduais e federais e conta com financiamento tripartite.

Ministério Público

Considerando a elevação do número de pessoas infectadas com o vírus da dengue no Estado de São Paulo, as inúmeras representações recebidas e os diversos inquéritos civis instaurados nas Promotorias de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, o Centro de Apoio Operacional Cível – Saúde Pública e o Centro de Apoio Operacional a
Execução (CAEX), apresentam sugestões de atuação aos Promotores de Justiça.

Números de casos confirmados

Quadro 1: Limites para interrupção do diagnóstico laboratorial segundo
incidência de dengue e porte populacional a seguir:

Isto quer dizer que Tupã com 65.596 habitantes (segundo IBGE) quando chegar a 300 casos/100.000 já estará consolidada a Epidemia.

Quadro 2: Classificação dos municípios de acordo com a incidência,
Estado de São Paulo:

Exemplo: hoje 28 casos x 100.000= 2.800.000 : 65.596 população= 42,48/100.000

Isto é, o município de Tupã já esta na fase inicial de Epidemia, sendo mais 30 casos aproximadamente entrando em Alerta.

Diagnóstico precoce

É essencial fazer tanto um diagnóstico clínico – que avalia os sintomas – como o exame laboratorial de sorologia, que verifica a contagem de hematócritos e plaquetas no sangue. A contagem de hematócritos acima do normal e de plaquetas abaixo de 50 mil por milímetro cúbico de sangue pode ser um indício de dengue.

Os principais “sinais de alerta” da doença são dor intensa na barriga, sinais de desmaio, náusea que impede a pessoa de se hidratar pela boca, falta de ar, tosse seca, fezes pretas e sangramento.

Período crítico

O período crítico da doença é quando a febre do paciente diminui. Se a febre passar e o paciente tiver muita dor na barriga, ele está num estado grave mesmo sem sangramento. Esse poder ser um problema no atendimento primário nos hospitais porque geralmente as pessoas com febre são atendidas prioritariamente.

Ao passar a febre, a pessoa pensa que está curada, mas pode apresentar queda brusca de pressão, mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo. O número de plaquetas no sangue ainda continua baixo e, por isso, é preciso continuar o tratamento.

O monitoramento clínico e laboratorial tem de ser constante, principalmente 72 horas após o período de febre. A complicação maior acontece no quinto dia da doença. O paciente tem de fazer pelo menos três exames de sangue, no início da dengue, depois da febre e uma terceira vez para ver se as plaquetas já voltaram ao normal.

Tratamento

A hidratação do paciente é parte importante do tratamento, pois a dengue é uma doença que faz a pessoa perder muito líquido. Por isso, é preciso beber muita água, suco ou isotônicos. Bebidas alcoólicas, diuréticas ou gaseificadas, como refrigerantes, devem ser evitadas.

Não existe um medicamento específico para a doença. A medicação serve basicamente para aliviar as dores.

Lembrando que o Aedes também transmite Chikungunya e Zika.