Operação cumpre mandados contra organização que movimentou R$ 50 milhões

Grupo criminoso vinha agindo em cidades de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina

O Ministério Público em Jales está acompanhando os trabalhos da Operação Torre Eiffel, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (28/11) para desarticular organização criminosa que atua no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em várias cidades do interior paulista, bem como em localidades de Minas Gerais e Santa Catarina. 

Além de Jales, um total de quarenta mandados de busca e apreensão, quatro de prisão temporária e 11 de prisão preventiva estão sendo cumpridos em Santa Fé do Sul, Votuporanga, São José do Rio Preto, Monte Aprazível, Rio Claro, Piracicaba, Americana, Sumaré, Santa Bárbara D’Oeste e Guarujá, assim como em Balneário Camburiú (SC) e Catuti (MG). 

Durante as investigações, autoridades identificaram um grande esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que tinha como base o município de Santa Fé do Sul, onde duas empresas foram adquiridas pelo líder do grupo para a lavagem de recursos provenientes do tráfico. A esposa dele figura como sócia nessas pessoas jurídicas, que tinham movimentação financeira atípica e suspeita. Dois homens foram presos na cidade. 

Em Jales, onde o grupo usava um restaurante e serviços de mototáxi para dissimular a origem ilícita dos valores, a operação prendeu dois empresários. 

Na cidade de Votuporanga, foram apreendidos veículos em uma revenda relacionada a outro indivíduo que foi preso em Balneário Camboriú. De lá, ele administrava vários pontos de vendas de drogas no município paulista.

De acordo com o apurado, só nos últimos dois anos os criminosos movimentaram mais de R$ 50 milhões em transações financeiras, mobiliárias e imobiliárias, usando contas de empresas e de “laranjas”. A lavagem de dinheiro vinha ocorrendo também por meio de estabelecimentos que prestam serviços de beleza e estética, assim como de hotéis, açougues e supermercado, entre outros. 

Os envolvidos compraram ainda uma cobertura no litoral, motos aquáticas, lanchas, joias e veículos de luxo, chegando a patrocinar um time de futebol da região de Americana. Os bens, assim como dinheiro em espécie, estão sendo apreendidos.



Além disso, foi revelada a relação do líder do grupo com integrantes de facções criminosas. A esposa dele é advogada, e acredita-se que ela utilizava sua prerrogativa para atender aos interesses do marido e da organização, principalmente os de alguns detentos que estão no sistema prisional paulista. A mulher é uma das pessoas presas durante a operação.

As investigações continuam para identificar outros ligados à organização criminosa. 

O MPSP atua no caso por intermédio dos promotores Pedro Enos Martins de Oliveira Guimarães e Felipe Bragantini de Lima.