Acusado abria contas em banco digitais para lavagem de dinheiro e ficava com porcentagem dos valores movimentados
Um homem, identidade não divulgada, foi alvo de buscas da Polícia Federal (PF) na terça-feira (7) em Marília na “Operação Apateones”. Ele é apontado como “laranja” para lavagem de dinheiro em esquema que desviou cerca de R$ 50 milhões do Auxílio Emergencial.
Segundo apurado pela reportagem do Jornal da Manhã, o esquema ilícito teve início há três anos com um hacker de Goiás, na época com 16 anos, que desenvolveu um software que criava contas no aplicativo Caixa Tem e realizava saques automaticamente do benefício.
Os valores desviados eram utilizados para aquisição de criptomoedas, mas com o colapso e perda de valor, o hacker passou a adotar outro esquema. Ele passou a cooptar pessoas em todo o Brasil para abertura de contas em bancos digitais para a lavagem de dinheiro.
A investigação da PF apontou que o mariliense foi um dos “laranjas” do esquema. Ele abriu contas em seu nome e de terceiros em bancos digitais, e realizava as movimentações financeiras justificando como venda e reparos em aparelhos celulares. Como pagamento, o acusado ficava com porcentagem dos valores.
Na manhã de terça-feira, os policiais federais cumpriram mandado de busca em residência na zona Oeste de Marília. O local também funcionava uma empresa de venda e assistência técnica de celulares.
A ação apreendeu computador, livro com anotações contábeis, mídias externas e aparelhos celulares, sendo que um dos telefones estava escondido num saco de sabão em pó. Nas buscas, os agentes da PF também encontraram dezenas de cartões bancários em nome de terceiros.
O material apreendido vai ser encaminhado para perícia.
Operação – A ação da PF contou com participação de cerca de 200 policiais federais para cumprimento de 47 mandados de busca e dois de prisão preventiva.
Os mandados foram cumpridos nos estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins, além do Distrito Federal.
Em São Paulo, além de Marília também tiveram alvos em Valinhos, Guarulhos, Sorocaba, Ibiúna e Araras. Já, os dois mandados de prisão foram cumpridos em Goiânia e Brasília.
De acordo com a Polícia Federal, são 37 pessoas investigadas pelos crimes de furto mediante fraude, estelionato e organização criminosa, cujas penas somadas ultrapassam 22 anos de prisão.
Também foram autorizados pela 9ª Vara Federal de Campinas o bloqueio de bens e valores encontrados em nome dos investigados.
Fonte: jornaldamanhamarilia / Por Matheus Brito