Conass propõe ao Ministério da Saúde declarar Monkeypox como Emergência de Saúde Pública

Segundo documento enviado para a pasta, casos aumentaram 182% em duas semanas

Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) propôs ao Ministério da Saúde que a Monkeypox, ou varíola dos macacos, seja reconhecida como Emergência de Saúde Pública de Interesse Nacional. O documento, que a CNN teve acesso, foi enviado nesta quarta-feira (10) para a pasta.

À CNN, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que não há, no momento, requisitos técnicos para que se declare emergência de saúde pública da doença.

“Há uma área técnica que apoia o ministério nesse tipo de decisão. As decisões devem ser amparadas em dados epidemiológicos, capacidade do sistema de saúde e devidamente fundamentadas. O COE (Centro de Operações de Emergência) avalia o cenário diariamente e tem a representação dos entes subnacionais”, afirmou o ministro.

Segundo o Conass, nas  últimas  semanas houve uma  ampliação  dos  casos  de  Monkeypox  no Brasil. “Em 25 de julho tínhamos o registro de 813 casos confirmados e já no dia  08  de  agosto  tínhamos  o  registro  de  2.293  casos  acumulados.  Um  aumento  de  182%  em  2  semanas.”

No documento elenca algumas razões para o pedido, entre elas, a  declaração  pela  Organização  Mundial  de  Saúde (OMS) da  Epidemia  de  Monkeypox  como  Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional no último dia 23 de julho.

E o fato de que “ainda não existem vacinas e tratamento específico disponíveis em território nacional, bem como o acesso a estes no mercado mundial ainda é bastante restrito”.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 4 de agosto de 2022, um total de 26.326 casos prováveis e confirmados em laboratório foram notificados à OMS em 89 países do mundo.

A varíola dos macacos recebeu esse nome porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos mantidas para pesquisa em 1958. Só mais tarde, em 1970, foi detectada também em humanos. O nome será alterado pela OMS para evitar estigma e agressões a animais.

Kenzô Machida e Elis Barreto da CNN