Operação cumpre 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Criminal de Araraquara em investigação de combate à fraude fiscal, organização criminosa e lavagem de dinheiro no ramo de tabaco
Empresa de cigarros ligada ao empresário mariliense Luiz Antônio Duarte Ferreira, o “Cai-Cai”, foi alvo na terça-feira (31) de uma operação da Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo (Sefaz-SP). A ação, que contou também com participação da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e do Ministério Público, investiga os crimes de fraude fiscal estruturada, organização criminosa e lavagem de dinheiro..
A “Operação Nuvem de Fumaça” cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em Marília, São Paulo, Araraquara, Bady Bassitt e Taubaté. Na cidade, os alvos foram um escritório de contabilidade na região central e três imóveis (duas residências de luxo e um apartamento).
“As buscas apreenderam materiais físicos e digitais para robustecer as informações já apuradas na investigação e que comprovam a fraude de mais de R$ 200 milhões em recursos do ICMS. O objetivo é buscar o real beneficiário desse esquema”, disse o diretor fiscal da Sefaz, Marcio Araujo.
A investigação foca nos negócios de uma fábrica de cigarros populares. A suspeita é que ela teria sucedido outra empresa de tabaco, que possuí uma dívida com a União de mais de R$ 3 bilhões. “Cai-Cai” e dois filhos comandariam o esquema.
“Essas pessoas teriam montando outra empresa em nomes de laranjas e mantido a mesma pratica delituosa. É um esquema complexo que envolve blindagem de patrimônio e circulação fictícia de mercadoria. Todo o grupo foi criado para não pagar impostos”, afirmou Araújo.
A operação fez bloqueio de quase cem imóveis, veículos de luxo, embarcações, aeronaves, marcas e direitos creditórios do grupo econômico reconhecido em decisão proferida pela Justiça.
“Essa pratica é adotada para que o Estado consiga recuperar o dinheiro perdido com a fraude no pagamento de impostos”, afirmou o procurador do Estado Paulo David Cordioli.
A defesa de Luiz Antônio Duarte Ferreira enviou nota a reportagem do Jornal da Manhã afirmando que está diligenciando junto às autoridades para ter acesso aos autos da investigação e, dessa forma, poder contribuir com a apuração. O investigado está desde já à disposição para quaisquer esclarecimentos que sejam necessários ao processo, negando o cometimento das irregularidades noticiadas.