Marília ainda não mostra estratégia para barrar cepa indiana

Sem reuniões do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 desde março – há dois meses – Marília ainda não apresentou nenhum plano de contingência específico para conter a variante indiana.

São Paulo confirmou nesta quarta-feira (26) o primeiro caso da cepa, em exame colhido no Estado, e a cidade não prevê sequer barreiras sanitárias para retardar a chegada.

A mutação do vírus é considerada pelos especialistas uma ameaça ao Brasil, onde a propagação encontra facilidade, devido à falta de adesão ao distanciamento social, superlotação no sistema de transporte, escassez de vacinas e divergências políticas em torno da contenção da doença.

Em Marília, com ocupação de 100% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) há meses, a pressão tem aumentado para que as autoridades adotem medidas mais restritivas e intensifiquem a fiscalização.

“Os serviços de saúde estão no limite. Todos os recursos, humanos e materiais, que tínhamos, estão empenhados para tratar vítimas desse vírus”, disse uma fonte técnica.

Com os hospitais já saturados, sem incremento na infraestrutura, a cidade não tem condições de enfrentar uma escalada da doença. O risco de morte sem a assistência adequada – em UTI –, que já é real na atualidade, pode aumentar em proporções desconhecidas.

Conforme apurou a reportagem, a cidade não tem linhas de ônibus diretas para São Luiz/MA – primeiro Estado a confirmar a variante -, porém é comum a chegada de maranhenses através de ramais de Brasília/DF. Há ainda linhas diretas entre a capital do Maranhão e São José do Rio Preto (distante 215 quilômetros de Marília).

Além do transporte rodoviário, o fluxo entre os Estados ocorre também através da aviação comercial, pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas.

Tanto na rodoviária de Marília quanto no aeroporto local não há previsão de instalação de barreiras sanitárias. O município também não manifestou intenção de propor o bloqueio tampouco fazer o controle de viajantes procedentes de áreas com maior risco para a variante.

A reportagem do Marília Notícia questionou a Prefeitura, que ainda não se manifestou sobre as estratégias de contingenciamento da cepa indiana.

FOCO DA VARIANTE

Por enquanto, o Maranhão tem o maior número de casos confirmados pela cepa B.1617 no país; são seis, apenas no Estado, que recebeu um navio da Ásia com um paciente em quadro grave da doença e outros cinco com sintomas.

Por isso, a região Norte do país ganhou atenção especial das autoridades, pelo risco de se tornar uma das portas para a variante indiana.

Fonte: marilianoticia