Marília espera viver a fase laranja do Plano São Paulo, que tende a ser mais flexível que a situação atual, no entanto, os números não permitem otimismo na Capital do Alimento e municípios vizinhos, que viraram epicentro da pandemia no Estado.
O governo paulista reafirmou, nesta sexta-feira (23), que a chamada ‘fase de transição’ acaba em uma semana – no dia 30. O próprio governador João Doria (PSDB) confirmou à agência de notícias Reuters que os indicadores vão determinar a flexibilização nas regiões.
Marília e as cidades que fazem parte do Departamento Regional de Saúde (DRS-9) registraram, nesta semana, 95,4% de ocupação nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para tratamento da Covid-19.
A taxa, conforme mostrou o Marília Notícia, é a maior do Estado de São Paulo, entre 23 regiões. A preocupação é que, até a próxima quinta-feira (29), quando os indicadores serão analisados, o índice ainda esteja alarmante.
Desde que foi implementado, o Plano São Paulo já passou por várias mudanças, visando o abrandamento das regras. O descontingenciamento é uma resposta política e também pondera a grave crise econômica, aliada à falta de uma medida de renda emergencial consistente que não chega por meio do Governo Federal.
A aposta em Marília e região é da manutenção de novo período de restrições, com mais impedimentos que nas outras regiões, nas quais a pandemia está mais controlada.
“Difícil imaginar que nossos municípios saiam da fase vermelha com a situação que estamos vendo nos hospitais. Há uma estabilidade aparente, mas em um patamar muito elevado, com muitas mortes”, diz fonte ouvida pelo MN.
Nas diferentes cidades da DRS a percepção é a mesma. “A média estadual melhorou. Tem regiões como a Grande São Paulo em situação bem mais equilibrada. Ribeirão, Rio Preto, até Bauru estão melhores. Hoje somos o epicentro no Estado”, analisa outro especialista.
Para o varejo, o setor de serviços, trabalhadores autônomos e de saúde, o desgaste da luta contra a pandemia é evidente. O apelo é para que as pessoas evitem visitas, confraternizações, aglomerações em compras e reduzam a circulação.
Diferente de tratamentos com drogas não comprovadas, a única certeza (aspecto óbvio) na pandemia, é que o vírus é propagado pelo contato entre as pessoas, seja por falta de cautela e proteção no transporte ou local de trabalho, seja pelo deliberado desprezo à vida.