Diante da ameaça de colapso do sistema de saúde em Marília, a região corre o risco de retroagir na próxima reclassificação do Plano São Paulo, que restringe ou flexibiliza as regras da quarentena em função da pandemia.
Atualmente, somente Presidente Prudente e municípios próximos diferem do restante do Estado, que está na fase amarela, na qual é permitida a maioria das atividades econômicas, com algumas restrições.
A próxima reclassificação está prevista para quinta-feira (7). O temor é que haja um endurecimento das regras, principalmente em decorrência do aumento da ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na região de Marília.
“Existem dois critérios onde são avaliados cinco indicadores para a classificação no Plano SP. Qualquer alteração significativa em um desses itens pode influenciar negativamente no resultado final”, explica Luciano Vilela, supervisor da Vigilância Sanitária em Marília.
O critério que leva em conta a capacidade do Sistema de Saúde é composto pelos indicadores de taxa de ocupação de leitos em terapia intensiva para Covid-19 e a proporção de leitos específicos para tratar a doença a cada 100 mil habitantes.
É importante ressaltar que a reclassificação leva em conta a situação da Direção Regional de Saúde (DRS-IX) Marília, que é composta por 62 cidades. Porém, a evolução dos números tem sido preocupante para além do município sede.
Ameaça
No primeiro índice, Marília tem apresentado elevação. Há 15 dias, 43 dos 56 leitos intensivos do SUS estavam ocupados na cidade, ou seja, 76% – considerando a Santa Casa, Hospital Beneficente Unimar (HBU) e Hospital das Clínicas. A ocupação subiu para 55 leitos (98,2%) nesta segunda-feira (4).
Outro critério é a evolução da pandemia, que observa número de casos, número de internações e número de óbitos na região.
Ao retroceder o calendário em duas semanas, é possível constatar que, em Marília, foram acrescidos novos 1.626 casos no período (aumento de 23,19%). Em 21 de dezembro, a cidade tinha 72 pessoas internadas e agora são 98 (mais 36,11%). Além disso, foram mais 11 mortes desde então.
Mas apenas o avanço dos números não determina mudança de fase no Plano SP. O Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus do Estado compara diferentes períodos. Basta uma semana de piora nos indicadores para retrocesso, mas são necessárias duas semanas de resultados positivos para avançar a uma fase menos restritiva.
Fontes ouvidas pelo Marília Notícia não arriscam afirmar se haverá transição de fase para a região. Mas o índice de ocupação de leitos de UTI, próximo a 100%, sinaliza que pacientes da região dependerão de transferências, ou estarão sujeitos a complicações sem um leito adequado. É o temido colapso no sistema.
Fonte: marilianoticias