O julgamento de Ailton Basílio, acusado de assassinar a facadas a ex-mulher, a bancária Débora Goulart, está confirmado para o próximo dia 9 de novembro, uma segunda-feira, às 9 horas da manhã, no Fórum da Comarca de Tupã.
Os trabalhos serão iniciados com o sorteio dos 7 jurados que irão integrar o Conselho de Sentença. Na sequência, acontecerá a oitiva das testemunhas, os debates entre o Ministério Público e a defesa do acusado e, em seguida, o julgamento dos jurados com a indagação de quesitos. “O júri é sempre um ato complexo, cheio de incidentes processuais, tem todo uma ritualística. Tem hora para começar, mas é impossível prever o término dos trabalhos e a que hora irá terminar”, disse o juiz Fábio Vasconcelos, que presidirá o júri.
O magistrado, que já presidiu mais de 100 sessões de julgamento, disse que, nesse caso, podem acontecer incidentes, seja pela dimensão do fato, da quantidade de testemunhas para serem ouvidas em plenário, interrogatório do acusado no final da instrução, debates da acusação, defesa, réplica e tréplica. “Então, presumimos que os trabalhos possam se encerrar no início da noite. Mas é difícil de definir”, observou.
Por se tratar de um caso que causou comoção, muitos tupãenses demonstraram interesse em acompanhar o júri. Mas, por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), não poderá haver aglomerações no local e a população não poderá acompanhar o julgamento no Fórum. Vasconcelos explicou que essa é uma determinação da presidência do Tribunal de Justiça. “Terão acesso apenas os que irão trabalhar no dia do julgamento, os que irão servir como testemunhas, os funcionários da administração penitenciária que farão a escolta, a Polícia Militar e a imprensa”, disse. “A imprensa tem acesso por determinação da presidência do Tribunal de Justiça, por conta da importância do papel da imprensa na divulgação do fato que ganhou repercussão na comunidade; e a sociedade tem interesse e direito de saber o que vai acontecer”, acrescentou.
O crime
A bancária Débora Goulart, que na época tinha 34 anos, foi encontrada morta com ferimentos de faca na casa onde morava na região central da cidade. O então companheiro dela, Aílton Basílio, é réu confesso.
De acordo com as investigações, Débora já havia registrado boletim de ocorrência contra o companheiro por violência doméstica.
Segundo testemunhas, no dia anterior ao crime, o suspeito buscou Débora no trabalho e ela não foi mais vista. Duas amigas tentaram contato com a vítima e, como não conseguiram, foram até a casa dela, quando chamaram a polícia, que encontrou a bancária já morta.
Ailton e Débora vi-viam juntos fazia mais de dez anos, mas segundo testemunhas o relacionamento estaria em crise e a bancária havia pedido a separação, fato que Ailton não estaria aceitando.
Investigações
Desde o início das investigações, o ex-companheiro de Débora foi apontado pela polícia como principal suspeito, pois testemunhas afirmaram que ele foi a última pessoa que a tinha visto ainda viva. A digital do suspeito também foi encontrada na faca utilizada no crime.
Aílton fugiu e deixou a faca cravada no peito da vítima. No dia seguinte ao crime, ele já estava no Rio de Janeiro. Ele, porém, deixou várias pistas durante a fuga que ajudaram a polícia a encontrá-lo.
O veículo da vítima, usado na fuga, foi encontrado em Maringá (PR) por um morador de Tupã no dia 18 de setembro. Basílio foi preso pela Polícia Militar em uma pousada de Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, no dia 27 de setembro de 2017. Ele foi levado para a Delegacia de Quintana para prestar depoimento após os policiais da DIG de Tupã viajarem para o Rio para buscá-lo.
Fonte: jornaldiario