Rio Preto tem 3.299 casos e uma morte; no ano passado, 33 mil ocorrências e 19 óbitos
Mesmo com o crescimento do número de casos de coronavírus pela região, os moradores não podem se esquecer de um velho conhecido: o mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. Do início do ano até o final de abril, pelo menos 22,9 mil pessoas tiveram dengue na região. É o que aponta levantamento feito pelo Diário com base em dados das Secretarias Municipais de Saúde do Noroeste paulista.
Em Rio Preto, de acordo com dados do boletim epidemiológico divulgado na tarde desta quinta-feira, 30, já são 3.299 casos positivos de dengue e uma morte. Em 2019, até abril, Rio Preto contabilizava 21.883 casos de dengue e 12 mortes – em todo o ano passado, foram 33.153 casos e 19 mortes.
Segundo o gerente da Vigilância Ambiental de Rio Preto, Luiz Alberto Feboli Filho, os quase 3,3 mil casos confirmados na cidade são preocupantes. “Na verdade, esse número só é bom se compararmos com o ano passado. Mas não deixa a gente satisfeito, esse número de casos deixa a gente em alerta”, disse.
Feboli conta que durante a pandemia aumentou a resistência de pessoas em atender os agentes de endemia, o que tem dificultado o trabalho. “Estamos seguindo os protocolos de segurança para evitar o contágio do coronavírus, mas o pessoal está bastante resistente”, disse.
Na região, diversas cidades enfrentam a epidemia de dengue junto com o avanço do coronavírus pelo interior de São Paulo. Em Jales, que já soma 670 casos positivos, o trabalho dos agentes de endemia não parou. “Não interrompemos o trabalho de combate, mas mudamos nossa forma de trabalho. Normalmente, vistoriávamos dentro do imóvel, mas agora por protocolo de saúde fazemos a vistoria apenas do quintal. Além disso, em residência que só tem idoso, nós só fazemos orientação por interfone”, explicou a coordenadora da equipe, Vanessa Luzia da Silva Ponholi.
Os agentes orientam sobre a importância de não deixar água parada e de sempre fazer a limpeza dos bebedouros de animais domésticos. “Estamos orientando que, se as pessoas sentirem sintomas de dengue, procurem a unidade de saúde. Muitos não procuram por estarem com medo do coronavírus, mas é importante o diagnóstico e tratamento corretos”, pontuou.
Outra cidade que também acendeu o sinal de alerta para a dengue é Estrela d’Oeste. A cidade tem cinco vezes menos moradores que Jales e já possui 626 casos positivos, média de um caso confirmado a cada grupo de 13 moradores.
“Intensificamos as ações de bloqueio na cidade. Fora isso, o pessoal de combate à dengue é o mesmo que está fazendo o combate ao coronavírus através da distribuição de máscaras nas residências para os moradores”, contou a secretária da Saúde de Estrela d’Oeste, Elisabete Ruiz Moro.
Catanduva continua sendo a cidade com mais casos na região, com 6.760 casos confirmados e quatro mortes. Em seguida, aparece Votuporanga com 4.579 pessoas infectadas e também quatro mortes.
Américo de Campos, Ariranha, Buritama, Fernandópolis, General Salgado, Ibirá, Novo Horizonte, Palmares Paulista, Parisi, Pindorama, Tanabi e Urania também estão com grande índice de casos de dengue e já somam mais de 200 casos confirmados.
Mortes
Pelo menos 12 pessoas morreram vítimas da dengue neste ano na região; em contrapartida, em menos de dois meses, o coronavírus já matou 16 pessoas no Noroeste paulista. As mortes por dengue na região ocorreram em Catanduva (4), Votuporanga (4), Rio Preto (1), Novo Horizonte (1), Américo de Campos (1) e Tabapuã (1). “A dengue mata também e se a gente tiver uma epidemia junto com outra, o cenário é mais grave”, destacou Feboli.
Fonte: diariodaregiao