Presos em Presidente Venceslau são envolvidos na Operação Echelon que mostrava a atuação da facção em outros estados e países
O juiz Paulo Sorci, da 5ª Vara das Execuções Criminais de São Paulo determinou a transferência imediata de sete integrantes da cúpula da facção criminosa PCC para um presídio federal.
Os sete são envolvidos na Operação Echelon — investigação iniciada a partir de bilhetes recolhidos na rede de esgoto da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau que mostrava a atuação da facção em outros estados e países. Ela foi deflagrada em junho e teve mais de 60 presos em 14 estados.
Em sua decisão, assinada no último dia 15, o juiz afirma em relação a cada preso: “O detento estava recolhido em Penitenciária de Segurança Máxima deste Estado, e ainda assim reitera em práticas delitivas gravíssimas, provocando nova denúncia por fatos cometidos em benefício da ORCRIM [organização criminosa] que integra como líder, e nova inclusão em “RDD” [regime disciplinar diferenciado].”
“Diante desse quadro, está suficientemente materializado nestes autos que o requerido praticou novo crime no ambiente prisional, tanto que foi denunciado e está sendo processado por integrar organização criminosa.”
“Essas considerações revelam o perfil de alta e incomum periculosidade do detento, situação peculiar que determina a sua remoção para unidade prisional especial, já que inviável sua permanência em presídio comum da rede estadual. Em conclusão, mostra-se imprescindível a inclusão e transferência do requerido para unidade de segurança máxima federal.”
“Determino as providências necessárias para a inclusão e transferência do detento para estabelecimento penal federal de segurança máxima, pelo prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias, no interesse do sistema penitenciário e da segurança pública do Estado de São Paulo, ambos comprometidos com a presença do condenado”.
As investigações começaram a partir de trechos de manuscritos encontrados nos esgotos do Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, por agentes penitenciários. A Polícia Civil identificou sete comandantes da cúpula e confirmou a existência da célula “sintonia de outros estados e países”.
Os criminosos teriam assumido as funções da “sintonia” quando os chefes da organização criminosa ficaram isolados no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), em 2016, em decorrência da operação Ethos, que revelou esquema envolvendo advogados da facção.
“A deflagração da operação também tem por finalidade investigar o envolvimento em outros homicídios e desaparecimentos de pessoas em todo o país, a partir de um domínio único dos líderes da organização que engendraram o esquema criminoso. Durante as investigações, foram apreendidas mais de uma tonelada de drogas e preso, no aeroporto de Guarulhos, quando retornava da Bahia, em maio, um dos líderes dessa célula criminosa que autorizava mortes quase que diariamente”, diz a polícia.
Fonte: g1