Mortes de crianças por gripe já passam de 40. Vacinação termina hoje

Apesar de prorrogada por duas vezes, as crianças registram menor cobertura vacinal em dois meses de campanha. 3,6 milhões de menores de 5 anos ainda devem se vacinar contra a gripe

O Ministério da Saúde já registra 44 mortes de crianças com até cinco anos por complicações relacionadas à gripe. O número é mais que o dobro do mesmo período do ano passado, quando foram 14 óbitos, e acende um alerta para pais e responsáveis levarem os pequenos aos postos de vacinação. A campanha nacional contra a gripe termina nesta sexta-feira (22). Até o momento, 3,6 milhões de crianças menores de cinco anos ainda não foram vacinadas. Este grupo prioritário é o que registra menor cobertura vacinal, com 67,7% das 12,6 milhões que devem receber a vacina. A partir da próxima semana, o Ministério da Saúde recomenda aos municípios que ainda tiverem doses disponíveis a ampliação da vacinação para crianças de cinco a nove anos de idade e aos adultos de 50 a 59 anos.

O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, ressalta a importância de levar os menores de cinco anos aos postos de vacinação em todo o país. “É essencial que os pais levem seus filhos aos postos de saúde para receber a vacina e, assim, evitar as complicações do vírus. É uma forma de proteger as crianças e também o restante da população”, enfatiza o ministro.

No total, 54,4 milhões de pessoas devem ser vacinadas no país. Até esta quinta-feira (21), 45,8 milhões de pessoas em todo país foram vacinadas. Assim como as crianças de seis meses a cinco anos de idade, as gestantes também registram os menores índices de vacinação contra a gripe, com cobertura de apenas 71%. Já o público com maior cobertura da vacina contra a gripe é o de professores, com 98%, seguido pelas puérperas (96,2%), idosos (91%) e indígenas (90,5%). Entre os trabalhadores de saúde, a cobertura de vacinação está em 88,6%.

O Ministério da Saúde reforça a importância da proteção com a chegada do inverno, período de maior circulação dos vírus da gripe e orienta estados e municípios que continuem a ofertar a vacina para grupos prioritários, em especial as crianças, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, público com maior risco de complicações para a doença.

A escolha dos grupos prioritários para a vacinação contra a gripe segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.

VACINAÇÃO DA GRIPE POR REGIÃO

A região sudeste é a que tem menor cobertura vacinal contra a gripe até o momento, com 77,2%. Em seguida estão as regiões norte (78,4%), sul (84,8%), nordeste (89,3%) e centro-oeste com a melhor cobertura, de 96,5%. Entre os estados, Goiás, Amapá, Distrito Federal, Ceará, Espírito Santo, Tocantins, Maranhão, Paraíba, e Alagoas possuem cobertura vacinal contra a gripe acima de 90%. Os estados com as taxas mais baixas de vacinação contra a gripe são Roraima, com 60,4% e Rio de Janeiro, com 62,4%.

CASOS DE GRIPE NO BRASIL

O último boletim do Ministério da Saúde aponta que, até 16 de junho, foram registrados 3.122 casos de influenza em todo o país, com 535 óbitos. Do total, 1.885 casos e 351 óbitos foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2, foram registrados 635 casos e 97 óbitos. Além disso, foram 278 registros de influenza B, com 31 óbitos e os outros 324 de influenza A não subtipado, com 56 óbitos.

Entre as mortes em decorrência dos vírus da influenza, a mediana da idade foi de 54 anos de idade. A taxa de mortalidade por influenza no Brasil está em 0,26% para cada 100.000 habitantes. Das 535 pessoas que foram a óbito, 393 (73,5%) apresentaram, pelo menos, um fator de risco para complicação, com destaque para adultos maiores de 60 anos: cardiopatas, diabetes mellitus e pneumopatas. Esse público é considerado de risco para a doença, por isso a vacina contra a gripe é garantida gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).