Cidade tem 125 ocorrências confirmadas das 128 registradas e conta com apenas 30% do número de agentes comunitário exigido pela DRS. Prefeitura pede colaboração da população no combate ao mosquito.
Das 128 notificações de dengue registradas em Brodowski (SP) nos dez primeiros dias de janeiro, a Secretaria de Saúde confirmou 125 casos positivos, ou seja, 97%.
Em todo o ano de 2023, foram 1.095 notificações e 759 confirmações. A cidade está em estado de emergência após a morte de um menino de 7 anos com suspeita da doença e corre risco de uma epidemia.
“Cada um está deixando de fazer a sua parte, porque não cabe só ao poder público. A situação está chegando em um ponto que não tem como a gente não se preocupar”, diz o secretário de Saúde Roberto Lopes.
Segundo ele, o foco agora é lidar com os números já registrados e tentar reverter o quadro atual, possivelmente com a contratação de agentes comunitários e investimento em mutirões de limpeza envolvendo algumas áreas importantes da prefeitura (como meio ambiente, infraestrutura, saúde e vigilância).
À EPTV, afiliada da TV Globo, Lopes informou que a cidade tem hoje 30% do número de profissionais exigidos pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) O cálculo é feito com base no número de habitantes.
“Temos 25 mil habitantes e cinco agentes de endemia. Tinha de ter pelo menos mais dez, número considerado ideal pelo DRS. Teria de ser 15”.
Problema não é do vizinho
Ainda segundo Lopes, a população, neste momento, tem papel fundamental para ajudar no combate ao mosquito da dengue e é preciso fiscalizar não só a casa do vizinho, mas a própria casa também.
“O apelo que a gente faz, é de que cada um fiscalize detalhadamente a sua casa. O problema não está só no vizinho, está na sua casa também. E fazer denúncia de terrenos abandonados, de sujeira, para que o poder público também possa ir atrás e notificar os donos dos terrenos”.
O professor Icaro Luis Fracarolli Vila também acredita que a população precisa contribuir no combate. Segundo ele, recentemente equipes da prefeitura fizeram a limpeza de entulho na rua onde mora e no dia seguinte, já havia lixo no local.
“A população tem colaborado para esse estado de dengue ter piorado cada vez mais”.
Vila e a mãe tiveram dengue no fim do ano passado. O pai ainda se recupera da doença.
“Descobri que estava com dengue há um mês e desde então foi só ladeira abaixo. Fiquei de cama, febre, dor no corpo, náusea, vômito. Minha mãe pegou, meu pai agora está no finzinho. No meu trabalho, seis pessoas pegaram dengue e somos em dez”.
Fonte; g1 / Ribeirão Preto e Franca