E aqui em Tupã?
Profissionais importantes na promoção da Atenção Básica, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e os Agentes de Combate à Endemias (ACE) têm o piso salarial reajustado. O valor transferido pelo Ministério da Saúde para os estados e municípios passou para R$ 1.250, por profissional. Um pleito antigo da categoria.
Em encontro com os representantes das duas categorias, nesta quarta-feira (20), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacou o papel desses profissionais para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS está precisando muito, neste momento, reformar a atenção básica. Nós estamos com epidemia, em algumas cidades, de dengue e zika, nós temos a entrada do sarampo, baixa vacinação. É preciso, neste momento, todo mundo dar as mãos. Vamos reorganizar o sistema de saúde, partindo da atenção primária”, ressaltou Mandetta.
Categoria comemora reajuste salarial
A vice-presidente da Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde (Conacs), Marivalda Araújo, afirmou que a categoria comemora o reajuste e o diálogo aberto com a pasta. Segundo ela, o que for preciso para melhorar o atendimento à população será feito. Confira entrevista concedida ao Blog da Saúde.
Blog da Saúde: Qual a importância dessa reunião com ministro da Saúde anunciando a confirmação do reajuste salarial dos ACS e ACE?
Marivalda Araújo: Para a gente, foi gratificante. Primeiro porque fazia tempo que essa casa não nos recebia de forma tão tranquila, tão amiga. E principalmente por um ministro que foi nosso deputado e conhecedor da pasta, por ser médico. Então hoje, para nós, é uma grande satisfação. O que nós trouxemos de pauta são indagações, necessidades do nosso povo, Agente Comunitário de Saúde. Na verdade, é uma pauta que vai melhorar a condição de trabalho desse povo para nossa população. O ministro quer que a gente trabalhe melhor. Ele tem ideias para que a gente venha ser mais capacitado para melhor dar atendimento.
Blog da Saúde: Sobre o piso salarial, o que que significa para categoria?
MA: Nós já estamos desde 2014 sem reajuste. Foi mais do que merecido. Foi um reconhecimento do trabalho dessa categoria. E a Confederação lutou para que isso viesse a acontecer. Então, o Agente Comunitário hoje se sente agradecido a esse ministro exatamente e por essa atitude que ele teve, uma atitude corajosa, de exatamente fazer valer o nosso direito. Nem todos os municípios querem fazer esse pagamento, mas saindo daqui com certeza nós seremos contemplados.
Blog da Saúde: Qual a relevância do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias, uma vez que agora o ministro falou que o grande mote desse governo vai ser a Atenção Básica?
MA: Na verdade, essa relevância do Agente Comunitário e do Agente de Endemia sempre houve. O que veio acontecendo foi exatamente a descaracterização pela própria conjuntura da saúde, do SUS. Nós somos profissionais que deveriam ser sempre capacitados, valorizados, para responder melhor à nossa população. Para que não tivéssemos hoje a preocupação de perder vidas com a Zika, com a chikungunya. Esses índices aumentaram porque estes profissionais foram praticamente esquecidos. Então, com certeza nós vamos fazer parceria para que dentro das nossas atividades, com a nossa qualificação, com nosso reconhecimento, e com esse ajuste salarial, nós vamos ter sim uma condição muito melhor de atender a dona Maria, que está lá na casa dela e só o Agente de Saúde e o Agente de Endemia vai visitar.
Blog da Saúde: E as expectativas para 2019 com o novo governo? O ministro já pediu para vocês, nesta reunião, mudanças.
MA: Nós nunca nos assustamos porque o nosso trabalho é uma mudança. O nosso trabalho vive uma constante aprendizagem, com a troca de experiência. Não temos medo nenhum, estamos aqui para dar as mãos ao novo ministro, ao novo Ministério da Saúde e sua equipe. Isso para que a gente possa fazer um ótimo trabalho, mas realmente voltado para população, porque ela que paga todos os nossos salários.
Erika Braz, para o Blog da Saúde