Pão caseiro, francês, de forma, de hambúrguer ou integral? Fique atento aos ingredientes e saiba como identificar o tipo de pão mais saudável
O melhor pão é o feito em casa. Mas, se não é possível encarar uma produção caseira, é mais saudável optar pelos pães preparados em padaria sem aditivos conservantes. Os pães integrais (100% integrais ou com adição de variados grãos) também são uma boa opção porque contém maior quantidade de fibras.
As indicações são da Analista Técnica de Políticas Sociais, Simone Costa Guadagnin, da Coordenação de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde. “É importante estar atento à lista de ingredientes e escolher sempre os pães que contenham o mínimo de conservantes, aditivos ou outras substâncias semelhantes”, complementa.
O manual de orientações para profissionais de Saúde da Atenção Básica – Alimentação cardioprotetora, do Ministério da Saúde em parceria com o Hospital do Coração (HCor), sugere o consumo moderado de pães do tipo caseiro, francês ou integral, pois têm sua importância na alimentação (fornecem energia para o organismo). Já os pães que trazem aditivos químicos, como o pão de forma, o pão do tipo bisnaguinha, o pão de hambúrguer e o de cachorro quente, devem ser evitados.
Processado ou ultraprocessado?
A lista de ingredientes disponível no rótulo dos pães permite identificar o grau de processamento do alimento. “Os pães elaborados com ingredientes básicos como farinha, água, sal, açúcar e grãos são processados. Já aqueles que contenham em sua lista de ingredientes aditivos como conservantes, emulsificantes e estabilizantes são caracterizados ultraprocessados”, explica Simone.
O pão caseiro e o pão francês são feitos à base de farinha de trigo, sal, água ou leite e fermentos – alguns podem conter também grãos, como aveia e linhaça, ou ovos. Esses pães tem o consumo indicado, pois foram elaborados basicamente a partir de um alimento minimante processado (farinha de trigo) e adicionados de sal.
Devem ser evitados os ultraprocessados, em geral feitos por indústrias de grande porte. Esses pães incluem diferentes ingredientes em excesso, como sal, açúcar, gorduras e substâncias de uso exclusivamente industrial.
Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados. Essa é a regra de ouro para uma alimentação adequada e saudável, conforme preconiza o Guia alimentar para a população brasileira.
Francês ou de forma: qual o tipo de pão mais saudável?
Muitas pessoas podem preferir consumir o pão de forma em vez do pão francês, por exemplo, por achar que é uma opção mais saudável ou light. Entretanto, ao comparar a receita desses dois produtos, verifica-se o contrário:
- O pão de forma traz entre os ingredientes quatro aditivos químicos.
- O açúcar é o segundo ingrediente mais presente no pão de forma, enquanto no pão francês é o quarto de cinco ingredientes.
- O sal é quarto ingrediente do pão de forma e o último do pão francês.
Em ambos o principal ingrediente é a farinha de trigo, pois o primeiro ingrediente listado indica que está presente em maior quantidade no produto – o último, em menor. Assim, nota-se que o pão de forma possui mais aditivos e maiores quantidades de açúcar e sal que o pão francês. Portanto, para o consumo diário, o pão francês deve ser priorizado.
O manual Alimentação Cardioprotetora alerta que o consumo excessivo de sódio aumenta o risco de doenças do coração, enquanto o consumo excessivo de açúcar aumenta o risco de cárie dental, obesidade e várias outras doenças crônicas.
Evite os aditivos alimentares
Embora cada aditivo incluído nos pães industrializados tenha que passar por testes e ser aprovado por autoridades sanitárias, os efeitos de longo prazo sobre a saúde e o efeito cumulativo da exposição a vários aditivos nem sempre são bem conhecidos pela ciência.
A nutricionista Mariana Claudino, da ACT Promoção da Saúde explica que os aditivos são responsáveis por promover maior durabilidade, sabor, maciez, cor, crocância e outras características aos produtos. “Quanto maior o tempo de validade do produto, mais aditivos ele contém”, exemplifica.
“O consumo indiscriminado destes aditivos, como antioxidantes, corantes, conservantes, edulcorantes e aromatizantes, pode provocar o surgimento de alergias infantis e há estudos que relacionam o consumo dos aditivos com o câncer, doenças de Parkinson e Alzheimer, além de resistência insulínica e hipertensão”, alerta a especialista, que também é membro da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável.
Fonte:saude.gov.br