Reta final: 5 milhões de crianças precisam ser vacinadas contra a pólio e o sarampo

Campanha Nacional termina em 31 de agosto. Pelo menos 11,2 milhões de crianças de um a menores de cinco devem buscar os postos de saúde para receber a vacina

Na reta final da Campanha Nacional Contra a Poliomielite e Sarampo, cinco milhões de crianças de um ano a menores de cinco precisam buscar os postos de saúde para receber a vacina contra poliomielite e sarampo. A última atualização enviada pelos estados mostra que, até esta quarta-feira (22), 56% de crianças em todo país receberam a vacina contra essas doenças. Em todo país, foram aplicadas mais de 12,5 milhões de doses das vacinas contra a pólio e sarampo (cerca de 6,2 milhões de cada). A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 95% das 11,2 milhões de crianças independente da situação vacinal delas e criar uma barreira sanitária de proteção da população brasileira.

“O prazo para término da campanha está se aproximando, é 31 de agosto. Convocamos pais e responsáveis a levarem as crianças que ainda não foram vacinadas, independente da situação vacinal anterior, já que neste ano a campanha é indiscriminada. O esforço do país é impedir que  doenças já eliminadas não retornem o Brasil. Esse é um trabalho de toda a sociedade”, ressalta o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.

Para a poliomielite, as crianças que ainda não tomaram nenhuma dose da vacina na vida serão vacinadas com a Vacina Inativada Poliomielite (VIP). As crianças que já tiverem tomado uma ou mais doses receberão a gotinha (Vacina Oral Poliomielite – VOP). Em relação ao sarampo, todas as crianças devem receber uma dose da vacina tríplice viral, independente da situação vacinal. A exceção é para as que tenham sido vacinadas nos últimos trinta dias, que não necessitam de uma nova dose.

Entre os estados com menor cobertura, estão o Rio de Janeiro, com 36,27% do público-alvo vacinado para pólio e 37,62% para sarampo, e Pará, que tem 41,04% pólio e 41,04% sarampo. Os estados que estão com as melhores coberturas vacinais são: Rondônia, com 88,89% para a pólio e 87,42% para o sarampo, seguido por Amapá com 82,74% pólio e 82,58% sarampo.

O Ministério da Saúde oferta todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao todo, são 19 para combater mais de 20 doenças, em todas as faixas etárias. Por ano, são cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos distribuídos em todo o país.

CASOS DE SARAMPO

Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo, em Roraima e Amazonas. Até o dia 21 de agosto, foram confirmados 1.087 casos de sarampo no Amazonas, e 6.693 permanecem em investigação. Já o estado de Roraima confirmou 300 casos da doença e 67 continuam em investigação. Entre os confirmados, 9 casos foram atendidos no Brasil e estão recebendo tratamento, mas residem na Venezuela.

Os surtos estão relacionados à importação, já que o genótipo do vírus (D8) que está circulando no país é o mesmo que circula na Venezuela, país que enfrenta um surto da doença desde 2017.  Alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (2), Rio de Janeiro (18); Rio Grande do Sul (16); Rondônia (1), Pernambuco (2) e Pará (2). O Ministério da Saúde permanece acompanhando a situação e prestando o apoio necessário aos Estados. Cabe esclarecer que as medidas de bloqueio de vacinação, mesmo em casos suspeitos, estão sendo realizadas em todos os estados.

Acesse aqui matéria com a última atualização dos casos de sarampo

SARAMPO NO MUNDO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de sarampo chegaram a um número recorde na Europa. Os dados, divulgados pela organização nesta segunda-feira (20/08), apontam que mais de 41 mil crianças e adultos na Região Europeia foram infectados com sarampo nos primeiros seis meses de 2018. O número total de casos para esse período excede os 12 meses reportados em todos os outros anos desta década.

Desde 2010, o ano de 2017 foi o que teve o maior número de casos: 23.927. Em 2016, registrou-se a menor quantidade: 5.273. Além disso, pelo menos 37 pessoas morreram devido à doença neste ano. Sete países da região tiveram mais de uns mil casos neste ano (França, Geórgia, Grécia, Itália, Rússia, Sérvia e Ucrânia). A Ucrânia foi a mais atingida com mais de 23 mil pessoas afetas, o que representa mais da metade da população do país.

Por Amanda Mendes, da Agência Saúde
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