Apesar da redução do número de mortes, cresceu em todo o Brasil o número de internações no SUS de acidentados no trânsito
Há dez anos a Lei Seca está em vigor no Brasil e um dos impactos positivos é a redução de 2,4% do número de mortes por acidentes de trânsito no país. Em 2008, quando a lei foi implementada, o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde registrou 38.273 óbitos por essa causa. Em 2016, foram 37.345 óbitos.
A redução é ainda mais representativa se comparado ao ano de 2012, quando a lei sofreu sua primeira alteração, tornando-se mais rígida com o aumento da multa para condutores flagrados dirigindo alcoolizados. Em 2012, 44.812 pessoas morreram vítimas de acidentes no trânsito. Comparado a 2016, houve redução de 16,7% equivalente a menos 7.467 mortes.
Os estados que mais registraram essa queda foram São Paulo (25,4%), Espírito Santo (21,8%), Santa Catarina (19%), Distrito Federal (17,5%) e Paraná (15,9%). Em contrapartida houve o aumento da mortalidade no Pará (39,4%), Maranhão (39%), Piauí (37,2%), Bahia (36,8%) e Tocantins (26,5%).
Por regiões, o aumento se deu no Nordeste (26,4%) e no Norte (23%), enquanto que a redução ocorreu no Sudeste (18,6%); Sul (15,5%) e Centro-Oeste (1,9%). Em números de óbitos registrados no ano de 2018 e 2017, passaram de 2.718 para 3344 no Norte; 9282 para 11.734 no Nordeste; 3927 para 3.852 no Centro-Oeste; 15.189 no Sudeste; e de 7157 para 6.046 no Sul.
HOUVE AUMENTO DE INTERNAÇÕES
O número de internações ao contrário do de óbitos cresceu em todo o Brasil. Em 2008, a pasta registrou 95.216 internações no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo condutores, passageiros e pedestres que haviam se acidentado no trânsito. Em 2017, 181.120 pessoas foram internadas e tratadas, um percentual 90,2% superior ao primeiro ano da lei seca. O valor gasto em 2016 foi superior a R$ 252,7 milhões.
Com relação as regiões, no Norte ocorreram 16.985 internações por acidentes de trânsito; no Nordeste 49.593; no Centro-Oeste 16.765; no Sudeste 75.157; e no Sul 22.620. Comparados a 2008 houve crescimento dos casos em 292% no Norte (4.328); 124% no Nordeste (22.055); 130% no Centro-Oeste (7.275); 49% no Sudeste (50.470); e em 104% Sul (11.088).
ÁLCOOL E DIREÇÃO
Dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, mostram que, de 2011 a 2017, a frequência de adultos que admitem conduzir veículos motorizados após consumir qualquer quantidade de bebida alcoólica manteve-se estável. No entanto, quando observado por sexo, o percentual aumentou entre as mulheres, passando de 1,9% em 2011 para 2,5% em 2017.
Para o ano de 2017, de toda a população residente nas capitais do país, 6,7% dos adultos referiu que pratica tal comportamento. Os homens dentro desse patamar ainda continuam sendo os que mais se arriscam, com percentual de 11,7% enquanto que, entre as mulheres, esse mesmo percentual foi de 2,5%.
Os dados são do sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL) 2017, do Ministério da Saúde. A pesquisa ainda mostra que entre as cinco capitais onde mais se pratica o consumo de álcool ligado a direção estão Palmas (16,1%); Florianópolis (15,3%); Cuiabá (13,5%); Boa Vista (11,6%); e Campo Grande (11,3%). O hábito também é menos praticado em Recife (2,9%); Maceió (3,4%); Rio de Janeiro (4%); Vitória (4,1%) e Porto Alegre (4,8%).
Por Ingrid Castilho, da Agência Saúde
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