CBJ convida Tiago Camilo pode assumir seleção de Judô

Próximo da aposentadoria aos 35 anos, o paulista foi convidado pela CBJ e dará a resposta até o fim do mês

Vivendo uma crise de resultados desde a Rio 2016, o judô masculino do Brasil vai trocar de comando técnico. Nesta semana, Fulvio Miyata pediu demissão para assumir o time do Minas Tênis Clube. O treinador, é bem verdade, já era pressionado pelo momento ruim do país nos tatames e a Confederação Brasileira de Judô buscava um substituto. O favorito para assumir o cargo é Tiago Camilo, vice-campeão olímpico em Sydney 2000 e bronze em Pequim 2008. Próximo da aposentadoria aos 35 anos, o paulista foi convidado pela CBJ e dará a resposta até o fim do mês. A informação foi publicada primeiro pelo Olhar Olímpico e confirmada pelo judoca ao GloboEsporte.com.

Camilo também foi campeão mundial no Rio de Janeiro, em 2007, e tem três ouros em Jogos Pan-Americanos – Rio 2007, Guadalajara 2011 e Toronto 2015. Seu perfil foi eleito o ideal pela confederação para assumir o posto. Tiago, porém, pediu até o fim do mês para dar uma resposta. Ele não esconde de ninguém que a carreira está perto do fim, o que pode ser anunciado em breve, mas uma série de compromissos o faz pensar para responder. Tiago é presidente da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil, mantém um projeto social e também tem uma academia, onde inclusive trabalha com alguns atletas da seleção brasileira.

– Ainda não fiz o anúncio oficial sobre o fim da minha carreira competitiva, mas não sou atleta desde janeiro desse ano. Cuido da preparação técnica de alguns atletas da seleção masculina, mas nada vinculado à CBJ. Somente a minha academia. Recebi o convite essa semana através do Ney Wilson (gestor de alto-rendimento) e tenho até o fim do mês para avaliar e dar uma resposta. Sempre quis contribuir na parte técnica, pretendo fazer o anúncio da minha aposentadoriaem breve, mas isso independe dessa proposta – explica Camilo.

O judô masculino do Brasil vive seu pior momento em 35 anos. Na última Olimpíada, no Rio de Janeiro, apenas Rafael Silva foi ao pódio, fazendo com que os homens tivessem a pior campanha desde 1980. No Mundial do ano passado, se tirarmos o resultado dos pesados, com David Moura vice-campeão, nenhum judoca conseguiu sequer chegar às quartas de final. No ranking mundial, novamente sem os pesados David Moura e Rafael Silva, o Brasil não tem nenhum atleta no top 8.

Ney Wilson, gestor de alto rendimento da CBJ, não escondeu o momento ruim, mas diz que o masculino é diferente do feminino e os resultados são a longo prazo. Citou os atleas que começaram a surgir, como Daniel Cargnin, atual campeão mundial sub 21, Aldi Oliveira, ouro no Mundial sub-18 ano passado, Rafael Macedo, Michael Marcelino e Leonardo Gonçalves. E pontuou que Fulvio pediu para sair por questões pessoais. O convite para Tiago Camilo existe.

– Conversei com o Tiago Camilo, foi uma ótima conversa, mas não é uma coisa simples, tanto para ele quanto para nós. É um desafio grande para ele, foi atleta até agora. E o Camilo tem uma série de outras atividades. Vimos nele o perfil que queríamos. Que entendemos que seja uma boa possibilidade. Mas não tem nada definido. Vamos esperar a sinalização dele. Precisamos de um técnico que seja full time – explica Ney.

A confederação espera definir a situação até o fim do mês e também analisa outros nomes, apesar de não revelá-los.

– Estamos pensando em vários nomes, mas ainda é cedo para divulgar qualquer nome. Conversamos com vários treinadores, todos brasileiros. Não podemos só ficar esperando o Tiago. O tempo urge, mas temos que ter bastante paciência para tomar a decisão correta. Entendemos e estamos em busca de um nome que se encaixe dentro daquilo que nós temos como planejamento. Um técnico novo traz os seus ingredientes, seu direcionamento, mas a estrutura está montada até Tóquio 2020.

 

Fonte: globoesporte